Após PF mirar assessor, Jordy fala em perseguição e nega irregularidades


O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) negou, nesta quinta-feira (19), irregularidades no uso da cota parlamentar e disse haver uma “perseguição” contra integrantes da oposição ao governo Lula. Assessores do congressista e do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) foram alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) nesta manhã.

De acordo com a PF, os investigados utilizaram uma empresa de locação de veículos para simular contratos de prestação de serviços.

“Eles alegam que nós estamos utilizando a cota parlamentar de forma irregular no aluguel de nossos carros. Não há nada errado no aluguel dos meus carros, nada. Segue todos os trâmites da Casa, estão devidamente registrados, os contratos estão de forma legal”, declarou Jordy no plenário.

Segundo a PF, as investigações indicam a existência de um esquema criminoso em que “agentes públicos e empresários teriam estabelecido um acordo ilícito para o desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares”.

Na tribuna, o deputado afirmou que as investigações contra deputados da oposição são usadas como “cortina de fumaça”, para desviar o foco do que chamou de “lambanças” do governo.

“Já repararam que isso só está acontecendo com deputados de oposição? Essas perseguições, essas investigações, só acontecem com deputados de direita e deputados da oposição. Ninguém da esquerda, ninguém do PT e ninguém do PSOL. Só recai sobre nós”, disse.

No discurso, Jordy também afirmou ser alvo de pesca probatória e criticou os procedimentos da Polícia Federal.

“Eles não fazem uma intimação, eles não buscam ouvir as partes, eles tomam logo uma medida excepcional, invasiva, como busca e apreensão. Porque o que está acontecendo, na verdade, não é uma investigação. Todo mundo sabe o que está acontecendo. Se chama fishing expedition, [se] chama busca probatória, pesca probatória”, disse.

Operação

Seis mandados de busca e apreensão são cumpridos nos estados do Rio de Janeiro e Tocantins, além do Distrito Federal.
A operação, nomeada de “Rent A Car”, foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelo inquérito.

Procurado pela CNN, Sóstenes Cavalcante rechaçou que haja qualquer irregularidade. Segundo o parlamentar, um dos alvos das buscas é o motorista dele. “Podem revirar tudo, não vão achar nada”, afirmou. O congressista deve assumir, no próximo ano, a liderança do Partido Liberal na Câmara.



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