Presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que a taxa elevada só beneficia “rentismo e quem não produz”
Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticaram a decisão do BC (Banco Central) de manter a taxa de juros em 13,75% ao ano. O principal alvo foi o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto.
A presidente do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), disse que a política monetária de Campos Neto “já foi derrotada” e que a taxa elevada só beneficia o “rentismo e quem não produz”.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que o presidente do BC vai ficar para a história como o “campeão mundial das maiores taxas de juros do mundo”.
O líder do Governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que a decisão do BC “é frustrante, injustificável e incompatível”. Afirmou que parece mais uma “decisão política”.
O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) chamou a decisão do BC de “absurdo” e disse que a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara convocará o presidente da autoridade monetária para prestar esclarecimentos.
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) foi outro a criticar o BC. Disse que é “covardia” manter a taxa de juros em 13,75%. Afirmou também que Campos Neto vai precisar explicar a decisão. “Ou desiste de sabotar o Brasil ou irei defender sua demissão de imediato”, declarou.
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) disse que a decisão “revela uma completa submissão do Copom aos interesses dos rentistas”.
“Evidente boicote do presidente do Banco Central ao esforço de todos e todas que trabalham pela retomada das atividades e do crescimento econômico, gerando emprego e distribuição de renda”, diz um trecho. Eis a íntegra da nota (33 KB).
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) afirmou que a medida do BC só “beneficia banqueiros e o mercado”.
O deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) ironizou a independência do banco. “O Banco Central “independente” serve a quem? À população não é, Selic nas alturas só ajuda banqueiro”, declarou.
O governo tem dado declarações contrárias ao Banco Central e ao presidente do banco, Campos Neto, desde o início do mandato. O presidente Lula já criticou diversas vezes a atual taxa e Campos Neto. Na 3ª feira (21.mar.2023), Lula disse que vai continuar batendo na autoridade monetária para que os juros sejam reduzidos.