Carlos Brandão, o administrador que foi demitido esta terça-feira do Novo Banco, é suspeito dos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e falsificação, revelou a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em comunicado, divulgado no seu site, a PGR indicou que “estão a ser realizadas diligências de busca para identificação e apreensão de documentos e outros meios de prova de interesse para a descoberta da verdade”, no âmbito de um inquérito dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
“Em causa poderão estar, designadamente, factos suscetíveis de constituírem a prática de crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e falsificação por parte de um administrador do Novo Banco”, lê-se na nota.
No total, foram realizadas quatro buscas domiciliárias, uma busca em estabelecimento bancário e sete buscas não domiciliárias, que culminaram na constituição de dois arguidos.
Estas buscas foram levadas a cabo por um magistrado do Ministério Público (MP), um magistrado judicial e vários elementos da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária.
“O processo encontra-se em segredo de justiça”, adiantou a PGR.
Esta manhã, o Novo Banco anunciou que demitiu “com efeitos imediatos” Carlos Brandão do cargo de membro do Conselho de Administração Executivo e ‘Chief Risk Officer’ por “operações financeiras suspeitas realizadas na sua esfera pessoal”.
Num comunicado, enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o banco referiu que “esta decisão foi tomada no seguimento da identificação, através de processos internos do Banco, de operações financeiras suspeitas realizadas na sua esfera pessoal, as quais deram origem a uma denúncia às autoridades”.
O Novo Banco garantiu que “as operações em causa não estão relacionadas nem envolvem, de forma alguma, o Banco” e que, após detetar a situação, deu início a uma “investigação interna e apresentou uma denúncia junto do Ministério Público.
Até à nomeação, o cargo de ‘Chief Risk Officer’ será assumido interinamente pelo ‘Chief Executive Officer’, Mark Bourke.
Carlos Brandão juntou-se ao Novo Banco como diretor coordenador do Departamento de Risco em julho de 2017 e, em agosto de 2022, foi nomeado como membro executivo do Conselho de Administração.
Foi também presidente executivo do Bankinter em Portugal e desempenhou funções no Banco Santander e no Barclays.
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