O cientista político e professor do Insper, Carlos Melo, destacou a importância da qualidade das provas no caso da tentativa de golpe de Estado durante sua participação no programa WW da CNN Brasil. Melo enfatizou que é crucial olhar para as instituições importantes, como a Polícia Federal, no desenrolar das investigações.
O especialista ressaltou que não se pode fazer comparações diretas entre o sistema político brasileiro e o americano, alertando para as diferenças fundamentais entre os dois países. ‘É incomparável. O sistema político americano é completamente diferente. A justiça dos Estados Unidos, o modelo de justiça dos Estados Unidos, é outro’, afirmou Melo.
O papel das instituições brasileiras
Melo enfatizou a legitimidade das críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas destacou que é a instituição que temos dentro do atual sistema constitucional. ‘Nós podemos questionar o Supremo. Nós podemos dizer que a forma de escolher ministros era a mais correta, enfim, que é politizada. Claro que podemos. As críticas são legítimas’, pontuou.
No entanto, o cientista político ressaltou que o foco deve estar na comprovação das hipóteses levantadas, e não apenas em sua formulação. ‘A questão é comprovar. Não é levantar hipótese, é comprovar hipótese’, explicou Melo, reforçando a importância da solidez das evidências no processo investigativo.
Possíveis desdobramentos e reações
Quanto às possíveis reações populares às decisões institucionais, Melo mostrou cautela. Ele argumentou que não se pode presumir que haverá uma pressão social descomunal capaz de derrubar o Supremo Tribunal Federal. ‘Agora, afiançar que isso será uma pressão tão descomunal, que vai se derrubar o Tribunal Superior, o Supremo Tribunal Federal, em nome dessa pressão, eu diria para você que… [não é provável]’, concluiu o especialista.
Carlos Melo também chamou a atenção para outros aspectos relevantes do caso, como o envolvimento de militares e a postura das Forças Armadas diante das investigações. Ele observou que, até o momento, as reações têm sido conduzidas de maneira adequada, com questionamentos focados nos indivíduos envolvidos, e não na instituição militar como um todo.