Um documentário que vem sendo filmado desde 2016 pelo cineasta César Charlone sobre a trajetória política do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já soma mais de 270 horas de gravações. O trabalho chegou a ter uma versão finalizada no ano passado, mas foi reaberto após a eleição de Lula (PT).
“Quando o filme fica pronto, o Lula ganha. E ele sobe ao palco na [avenida] Paulista [em São Paulo, após vencer o segundo turno] e diz: ‘Cadê o Haddad? Eu não vou começar o discurso sem o Haddad’. Isso tinha que estar no filme”, conta o diretor à coluna.
O longa acompanha momentos dramáticos da vida do atual ministro, como quando disputou a reeleição à Prefeitura de São Paulo com João Doria e saiu derrotado, suas idas a Curitiba para visitar Lula na prisão e seu périplo nas eleições de 2018, em que enfrentou Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno e perdeu.
Responsável pela direção de fotografia de longas como “Cidade de Deus”, “Ensaio Sobre a Cegueira” e “Dois Papas”, César Charlone diz que Haddad chamou a sua atenção em 2016 por encarnar uma espécie de “último bastião da esquerda” num momento em que o mundo era varrido por “um tsunami de direita”.
“Pensei que valia a pena seguir esse cara e ver a trajetória dele como seria”, diz. “Ele e a família, muito generosamente, aceitaram que a gente colasse neles e seguisse um pouco desse cotidiano.”
Em 1º de janeiro deste ano, Charlone foi a Brasília para fazer filmagens da posse Lula e acompanhar a chegada de Haddad ao Ministério da Fazenda. “Tem uma coisa muito legal, cinematograficamente, de fim, dele indo para o final feliz. É um o ‘happy ending’ holywoodiano”, brinca o cineasta.
“A eleição de Lula nos obrigou a dar uma pequena marcha à ré e a começar a repensar o formato do filme. Estamos nesse processo aí”, afirma ele, que ainda não tem previsão para levar o trabalho aos cinemas. “Haddad concordou que precisava desse ‘epílogo’.”
O cineasta diz que, atualmente, graças aos novos equipamentos disponíveis, as filmagens podem ser gravadas por apenas uma pessoa. Na posse presidencial e ministerial, por exemplo, ele atuou sozinho.
“O cinema ficou muito fácil agora. Eu, acostumado, a ter uma equipe grande, aqui estou sozinho com a câmera. Numa sacola, levo lentes e cartões”, explica Charlone.
A direção do documentário, no entanto, é “tripartite”: ele divide o trabalho com o brasileiro Joaquim Castro e com o uruguaio Sebastián Bednarik. A produção é da uruguaia Coral Cine.
É PIQUE!
A ex-senadora e secretária municipal de Relações Internacionais de São Paulo, Marta Suplicy, recebeu convidados como o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), em sua festa de aniversário. A comemoração foi realizada em seu apartamento, localizado na região dos Jardins, no sábado (18).
Marido de Marta, o empresário Márcio Toledo foi o responsável pela organização da confraternização. Passaram por lá nomes como o deputado estadual de São Paulo Emidio de Souza (PT), o advogado Marco Aurélio de Carvalho, a ex-presidente do Coaf Adrienne Senna Jobim, o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim e o jornalista, escritor e colunista da Folha Tom Farias.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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