Considerando sua importância, existe uma grande busca sobre como calcular o desconto do INSS, mas as faixas de contribuição foram atualizadas em 2023, conheça-as agora.
O INSS, Instituto Nacional do Seguro Social, é o órgão responsável pelo pagamento da aposentadoria e dos principais benefícios dos trabalhadores que contribuíram com a Previdência Social, com exceção apenas dos funcionários públicos.
A principal vantagem da contribuição é poder ter a garantia de um benefício mensal após determinadas condições que podem envolver tempo de trabalho ou até mesmo serem consequências de algum acidente no trabalho. Em outras palavras, é através do INSS que o trabalhador pode garantir seus direitos em momentos específicos, tais como licença maternidade, seguro desemprego e aposentadoria
Essa contribuição ocorre através do redirecionamento automático de uma porcentagem do salário do trabalhador, o famoso desconto do INSS; e para entender como calcular este desconto, primeiro é preciso ter em mente que existem diversas variações a serem consideradas.
A contribuição também pode ser realizada voluntariamente por qualquer pessoa e também é obrigatória para profissionais autônomos e empreendedores, desde que atendam condições específicas.
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Quais são as novas faixas de contribuição do INSS?
Desde janeiro de 2023, são aplicadas políticas de alíquotas similares a 2022, conforme podemos verificar na seguinte tabela:
SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) | ALÍQUOTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS |
até R$ 1.302,00 | 7,5% |
de R$ 1.302,01 até R$ 2.571,29 | 9% |
de R$ 2.571,30 até R$ 3.856,94 | 12 % |
de R$ 3.856,95 até R$ 7,507,49 | 14% |
Os percentuais foram alterados em 2022, com a reforma da Previdência, tendo as faixas de contribuição ajustadas anualmente, seguindo a atualização do salário mínimo, que passou a ser de R$ 1.302,00 a partir de 01.01.2023.
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Qual a porcentagem de desconto do INSS sobre o salário?
A porcentagem de desconto do INSS varia de acordo com o total de salário e outas fontes de renda do contribuinte, de maneira progressiva, ou seja, quanto maior o salário do profissional, mais ele terá que pagar para usufruir dos benefícios da previdência.
Essas variações de porcentagem são separadas em ao menos 4 faixas salariais e o cálculo é realizado de forma progressiva, multiplicando apenas o montante de cada faixa pela alíquota correspondente.
As alíquotas são de 7,5% para aqueles que ganham até R$ 1.302,00; de 9% para quem ganha entre R$ 1.302,01 até R$ 2.571,29; de 12% para os que ganham entre R$ 2.571,30 até R$ 3.856,94; e de 14% para quem ganha de R$ 3.856,95 até R$ 7.507,29.
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O que muda no desconto do INSS?
Essa nova forma de calcular, aplicada desde 2020, trouxe uma redução, em geral, no valor descontado do INSS do trabalhador, quando comparado com a forma utilizada em 2019 e também nos anos anteriores, que apenas calculava o percentual da faixa sobre o valor inteiro do salário, sem separá-lo por faixas.
Utilizando como exemplo o salário de R$ 3.000,00, até 2019 apenas seria calculado diretamente 11% (que anteriormente era o percentual da terceira faixa), resultando em um desconto de R$ 330,00.
Utilizando como exemplo o salário de R$ 3.000,00, em 2023:
- 1ª faixa salarial: 1.302,00 x 0,075 = 97,65
- 2ª faixa salarial: [2.571,29 – 1.302,00] x 0,09 = 1.269,29 x 0,09 = 114,23
- Faixa que atinge o salário: [3.000,00 – 2,571,29] x 0,12 = 428,71 x 0,12 = 51,45
- Total a recolher: 97,65 + 114,23 + 51,45 = 263,33
Caso o profissional não seja contribuinte ainda, mas busque alternativas para colher alguns benefícios de longo prazo, existe a possibilidade de pensar sobre a contratação de uma empresa de consultoria em cálculos previdenciários que possam auxiliar a planejar o quanto contribuir mensalmente para obter o melhor benefício possível no futuro..
Uma outra opção é a contratação de um seguro de previdência privada, ou simplesmente previdência privada, para garantir que o profissional possa desfrutar dos benefícios desse tipo de seguro sem depender exclusivamente da Previdência Social.
Por que o INSS é descontado do salário?
O desconto ocorre a partir do empregador, que através das suas obrigações acessórias informa à Previdência Social todos os dados do empregado, vinculando o desconto do salário à guia de INSS paga mensalmente através do seu CNPJ. É a transmissão destas obrigações acessórias que garante todos os direitos do trabalhador junto à Previdência.
Caso você tenha conta corrente na Caixa Econômica Federal, poderá acompanhar mensalmente o crédito, tanto do INSS quanto do FGTS, ao seu PIS, conforme a sua empresa estiver recolhendo corretamente os impostos descontados do seu salário.
Portanto o processo requer tanto a contribuição do funcionário quanto da empresa, e os benefícios garantidos ao trabalhador são:
- Aposentadoria por tempo de contribuição;
- Aposentadoria por idade e invalidez;
- Pensão por morte;
- Auxílio-doença;
- Auxílio-acidente;
- Salário maternidade;
- Salário família;
- Reabilitação profissional;
- Seguro desemprego
Caso a contribuição não seja devidamente realizada pelo empregador, o trabalhador poderá recorrer judicialmente e garantir os seus direitos na comprovação de vínculo empregatício.
Como o INSS é descontado do salário?
O INSS é descontado da folha de pagamento do trabalhador, sendo o valor descontado diretamente do salário do funcionário, antes de ele receber o valor líquido.
O desconto é feito de maneira progressiva, mensalmente, e o valor é direcionado pelo próprio empregador para a Previdência Social, mas os valores variam de acordo com o salário bruto de cada profissional.
Já no caso do INSS autônomos, o pagamento será descontado do pagamento quando a contratação for realizada por uma empresa, através do Recibo de Pagamento Autônomo – RPA – ou deve ser realizado de maneira independente quando o profissional atuar com serviços diretamente a pessoas físicas, respeitando os valores proporcionais ao faturamento e plano escolhido durante o cadastro para definir as taxas de aposentadoria ou auxílio no futuro.
É preciso lembrar que também há recolhimento do INSS para pessoas jurídicas, chamado de INSS patronal, que independe de possuir ou não empregados.
Cálculo do salário líquido
O salário de todo profissional contratado via CLT passa por uma série de cálculos até ser pago ao funcionário, pois existem descontos legais que ocorrem no processo.
Um dos primeiros descontos a ser realizado, deve ser o do INSS, o qual precisa seguir os números informados neste artigo previamente, podendo variar entre 7,5% e 14%.
Em seguida, deve ser realizada a busca que nos ajuda a calcular os descontos devidos em relação ao Imposto de Renda, que pode variar entre 0% e 27,5% de alíquota. A tabela abaixo continua a mesma aplicada no ano anterior.
Base de cálculo (R$) | Alíquota (%) | Parcela dedutível (R$) |
Até 1.903,98 | 0% | 0,00 |
De 1.903,99 até 2.826,65 | 7,5% | 142,80 |
De 2.826,66 até 3.751,05 | 15% | 354,80 |
De 3.751,06 até 4.664,68 | 22,5% | 636,13 |
Acima de 4.664,69 | 27,5% | 869,36 |
Essa tabela pode ser seguida à risca, desde que o profissional não possua dependentes.
No caso de planejamento financeiro, espera de novos membros da família, etc, é importante considerar a informação, pois pode afetar o resultado final do salário líquido.
E por fim, é necessário avaliar os demais descontos, que normalmente estão relacionados aos benefícios disponibilizados pelo empregador, tais como:
- Plano de saúde;
- Vale-transporte;
- Empréstimos;
- Contribuição sindical.
Para o cálculo do salário líquido, dos exemplos dados acima, vamos considerar que o empregador descontará apenas o Vale-transporte, em 6%, somado aos descontos de INSS e IRRF; então sobre um salário de R$ 3.000,00 teríamos: :
- INSS: R$ 263,33
- IRRF: R$ 62,45
- Vale-transporte: R$ 180
- Total em descontos: R$ 505,78
- Salário líquido: R$ 3.000,00 – R$ 505,78 = R$ 2.494,22
Como você pode ver, calcular o salário líquido não é nenhum segredo, ele pode ser trabalhoso mas após compreender as bases de cálculo e estar com as tabelas atualizadas, visto que elas mudam todo ano, é possível conferir a diferença entre o valor bruto pelo qual você foi contratado e o quanto realmente cairá na sua conta mensalmente.
Por Vitor Torres, administrador de Empresas, Empreendedor Endeavor, CEO e fundador da Contabilizei, o primeiro e maior escritório de contabilidade online do país.
Original de Contabilizei