“Do ponto de vista da dignidade das pessoas, aquilo que vemos visualmente, as pessoas encostadas a uma parede com os braços no ar, não é uma imagem agradável. Mas eu assumi, e assumo outra vez, que apesar desse efeito visual, eu compreendi a ação da polícia, até presumia que ela se inscrevia — não falei com ninguém da polícia, foi assim que disse — naquilo que são as melhores técnicas policiais para a operação que estava ali a ser levada a cabo, que estava a ser conduzida por magistrados do Ministério Público”, afirmou Luís Montenegro no primeiro debate quinzenal do ano, na Assembleia da República.
Em resposta ao líder do Chega, André Ventura, o primeiro-ministro indicou que aquelas pessoas “só estavam naquela situação” porque “estavam a ser revistadas e porque estavam, no âmbito da prevenção, a ser objeto de uma diligência para ver se tinham armas, drogas ou de elementos que indiciassem condutas criminais”.
“Se me pergunta: ‘tem prazer em ver pessoas encostadas à parede com os braços no ar? claro que não, é essa a resposta”, acrescentou.
Montenegro teria preferido que tal “não fosse necessário”, apesar de compreender que “naquela circunstância tinha de ser mesmo assim”.
Instado diretamente por André Ventura a avaliar a ação da polícia, o primeiro-ministro respondeu: “A PSP fez bem”.
Na sua intervenção, o líder do Chega acusou o líder do executivo de tirar autoridade à polícia.
“Ao dizer, por um lado, que essas operações fazem bem, e por outro que não gosta de ver, está a tirar autoridade à polícia, está a tirar autoridade às forças de segurança, está a dar sinais errados ao país, quando sabe muito bem que já houve operações destas e parecidas com esta no Porto, em Braga, no Funchal, em ponta Delgada, em todo o país”, defendeu.
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