Dados econômicos dos EUA, novas restrições do governo Biden à China e setor de serviços no Brasil estão entre os temas
Os futuros das ações dos EUA sobem antes da publicação de um relatório crucial sobre a inflação e da divulgação dos resultados trimestrais de vários gigantes do setor bancário. Os economistas preveem que um indicador do crescimento dos preços ao consumidor, que pode influenciar as perspectivas da política monetária do Fed (Federal Reserve, Banco Central dos EUA), acelerou ligeiramente em dezembro.
Enquanto isso, com o possível abrandamento do aumento do mercado acionário pós-eleitoral, os investidores estão aguardando os resultados do JPMorgan Chase, Goldman Sachs e outros credores para ajudar a reacender a recuperação. No Brasil, a expectativa para divulgação de dados do setor de serviços.
1. Futuros dos EUA
Os futuros das ações dos EUA subiam nesta 4ª feira (15.jan.2025), com os investidores se preparando para a divulgação de dados importantes sobre a inflação dos EUA e uma série de lucros dos principais credores de Wall Street.
Às 7h55 (de Brasília), o contrato Dow futuros subia 0,21%, S&P 500 futuros ganhava 0,16% e Nasdaq 100 futuros subia 0,23%.
As principais médias registraram um fechamento misto, depois de uma sessão agitada na 3ª feira (14.jan), com o Nasdaq Composto, que é um setor de alta tecnologia, caindo, e o Dow Jones Industrial Average, com 30 ações, e o índice de referência S&P 500 terminando em alta.
Uma leitura mais suave do que o esperado do crescimento dos preços ao produtor dos EUA alimentou um aumento inicial nas ações, mas o relatório não foi suficiente para impactar materialmente as perspectivas para a trajetória da taxa de juros do Fed.
Os investidores estavam prestando atenção especial a um salto nos preços das passagens aéreas, que contribuem para uma medida crucial da inflação, favorecida pelos definidores de taxas do Fed.
As atenções agora se voltam para a divulgação do IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que poderá fornecer mais clareza sobre a situação da inflação.
Os economistas estimam que o IPC tenha aumentado 0,4% no mês de dezembro, um pouco mais rápido do que o ritmo de 0,3% registrado no mês anterior. Em comparação com o ano anterior, o IPC é visto em 2,9%, acima dos 2,7% registrados em novembro.
Excluindo itens como alimentos e combustíveis, o chamado valor “básico” deverá ficar em 0,3% em uma base mensal e em 3,3% na comparação anual, igualando-se a novembro.
Antes do relatório, as preocupações giraram em torno da inflação persistente, principalmente após os dados de emprego de grande sucesso da semana passada. Os planos do presidente eleito Donald Trump de impor tarifas rígidas a aliados e adversários também alimentaram as preocupações com as pressões sobre os preços.
Os rendimentos dos títulos do governo dos EUA atingiram máximas de vários meses nos últimos dias, pesando sobre a atratividade das ações, já que os investidores reduziram as apostas de que o Fed fará cortes nas taxas de juros este ano. O banco central reduziu os custos dos empréstimos em um ponto percentual completo em 2024.
Embora os investidores em títulos possam ter se animado com a impressão suave dos preços ao produtor, alguns analistas sinalizaram que mesmo um número do IPC em linha com as previsões pode não ser suficiente para conter o sentimento de baixa.
2. Resultados bancários nos EUA
Vários dos principais credores devem divulgar seus últimos resultados trimestrais nesta 4ª feira (15.jan), com os investidores de olho neles como uma possível fonte de vida para uma recuperação do mercado de ações pós-eleitoral.
JPMorgan Chase & Co, Goldman Sachs e Citigroup, bem como a gigante da gestão de ativos BlackRock, devem anunciar seus números antes do sino de abertura nesta 4ª feira (15.jan).
As receitas de bancos de investimento e de negociação provavelmente serão um ponto focal, especialmente depois de um aumento nas ações com a vitória eleitoral de Trump, que foi alimentada por esperanças em Wall Street de uma nova era de regulamentações mais flexíveis e impostos mais baixos. Uma queda nos custos de empréstimos corporativos também poderia impulsionar os resultados de 1ª linha.
Os analistas também previram que os cortes nas taxas do Fed podem ter impulsionado as margens líquidas de juros, ou a diferença entre o que um credor paga pelos depósitos e o que ganha com os empréstimos.
3. EUA contra China
Os EUA estão planejando mais regulamentações com o objetivo de limitar o fluxo de chips avançados fabricados pela TSMC e seus pares para a China, informou a Bloomberg News nesta 4ª feira (15.jan), somando-se a uma enxurrada de restrições impostas pelo governo Joe Biden (Democrata).
As medidas propostas incentivarão fabricantes como a TSMC, a Samsung Electronics Co Ltd e a Intel Corporation a examinar com mais cuidado seus clientes em busca de vínculos com organizações chinesas na lista negra, disse a Bloomberg.
O relatório foi divulgado poucos dias depois que os EUA introduziram restrições adicionais à exportação de chips de IA (Inteligência Artificial) de última geração, em um esforço contínuo para impedir que a China tenha acesso aos avanços dessa tecnologia de rápido crescimento.
4. Petróleo
Os preços do petróleo avançaram nesta 4ª feira (15.jan), ajudados por uma queda nos estoques de petróleo dos EUA, bem como por temores de que novas sanções sobre as exportações de petróleo da Rússia interrompam o fornecimento global.
Às 7h55, os futuros do petróleo bruto dos EUA (WTI) subiram 0,24%, para US$ 76,55 por barril, enquanto o contrato brent subiu 0,08%, para US$ 79,98 por barril.
Os preços caíram na 3ª feira (14.jan), depois que a Administração de Informações sobre Energia dos EUA previu que o petróleo ficaria sob pressão nos próximos 2 anos, já que a oferta superaria a demanda.
Dito isso, o mercado encontrou algum apoio em um relatório do Instituto Americano de Petróleo, na 3ª feira (14.jan), que mostrou um declínio nos estoques de petróleo bruto nos EUA, o maior consumidor de petróleo do mundo.
Os investidores também continuam a se concentrar nas sanções russas sobre o petróleo, em meio à incerteza sobre a quantidade de oferta russa que será perdida no mercado global e se medidas alternativas podem compensar o deficit.
5. Brasil
Depois de indicadores da produção industrial piores do que o esperado pelo mercado, os investidores aguardam hoje a pesquisa mensal de serviços referente a novembro, com dados do setor divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Este é mais um dado do setor econômico que antecede a divulgação do IBC-BR (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), que será apresentado na 5ª feira (16.jan).
Depois dos dados de produção industrial, o Bank of America questionou em relatório se a esperada desaceleração da economia brasileira começou, com efeitos da política monetária contracionista. Os juros foram elevados, mas a economia apresentou robustez em 2024. No entanto, a expectativa muda para 2025.
“Este pode ser um dos pontos de dados que assinala uma desaceleração mais concreta da atividade econômica”, disseram em relatório o estrategista David Beker e os economistas Natacha Perez e Gustavo Mendes.
“As taxas de juros mais elevadas, o desvanecimento do impulso fiscal e uma moeda mais depreciada estão potencialmente por detrás deste abrandamento”, completaram.
Com informações da Investing Brasil.