“Repito-o aqui para que fique registado. Não haverá cooperação enquanto eu estiver à frente da CDU”, garantiu Merz, presidente da União Democrata Cristã (CDU, na sigla em alemão) que, com a sua irmã bávara União Social Cristã (CSU), constitui a aliança CDU/CSU.
Numa entrevista à cadeia de televisão pública ARD, o democrata-cristão acrescentou que as razões são claras e óbvias.
“Não cooperaremos com um partido que é xenófobo, que é antissemita, que tem extremistas de direita nas suas filas, que tem delinquentes nas suas filas, um partido que namorisca com a Rússia e que quer abandonar a NATO e a União Europeia”, explicou.
Os serviços secretos da Alemanha, o Gabinete para a Proteção da Constituição, vigiam a AfD como uma presumível organização de extrema-direita.
A referência de Merz a delinquentes poderá ser dirigida ao líder do partido no estado federado da Turíngia, Bjïrn Höcke, um incendiário de extrema-direita muito conhecido no país pelos seus comentários polémicos.
Höcke foi condenado em duas ocasiões por utilizar conscientemente nos seus discursos um lema nazi proibido.
Merz acrescentou, a propósito de qualquer forma de cooperar com a AfD: “Se o fizéssemos, venderíamos a alma da CDU”.
Questionado sobre se essa promessa poderá ser mantida, Merz respondeu: “Sim, mantê-la-ei. O meu destino como presidente da CDU está ligado a esta resposta”.
Friedrich Merz é um dos favoritos para se tornar chefe do Governo alemão nas eleições nacionais de 23 de fevereiro, após o colapso da coligação tripartida encabeçada pelo chanceler Olaf Scholz, e que era composta pelo Partido Social-Democarata (SPD), Verdes e Partido Democrático Liberal (FDP).
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