Sempre que o limite inflacionário estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional é ultrapassado, presidente do Banco Central é obrigado a justificar as razões em carta endereçada ao Ministério da Fazenda
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, apontou que a inflação de 2024, que atingiu 4,83% segundo o IPCA, foi impulsionada por diversos fatores, incluindo a robustez da economia brasileira, a desvalorização do câmbio e questões climáticas. Ele observou que, no ano passado, o real se destacou como a moeda que mais se desvalorizou, refletindo a visão negativa do mercado em relação à situação fiscal do Brasil. Os argumentos foram apresentados em carta endereçada ao ministro da Economia, Fernando Haddad, para explicar o estouro do teto da meta da inflação. Sempre que o limite pré-determinado pelo Conselho Monetário Nacional, o presidente do BC é obrigado a escrever um documento especificando as razões.
Durante 2024, a cotação do dólar subiu de R$ 4,90 para R$ 6,10, representando um aumento de 24,5%. A meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O desvio da meta ocorreu sob a gestão de Roberto Campos Neto, que já havia falhado em cumprir as metas nos anos de 2021, 2022 e 2023.
A partir de agora, a meta de inflação será considerada descumprida se a taxa permanecer fora do intervalo de tolerância por um período de seis meses consecutivos. O Banco Central prevê que o IPCA continuará acima do limite até o terceiro trimestre de 2025. Caso essa previsão se concretize, Galípolo terá que redigir uma nova carta explicando os motivos do descumprimento e as ações a serem tomadas para restabelecer a inflação dentro dos parâmetros desejados.
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Desde a implementação do sistema de metas de inflação em 1999, já foram elaboradas oito cartas em situações semelhantes. A nova abordagem de monitoramento e comunicação do Banco Central visa aumentar a transparência e a responsabilidade em relação à política monetária, especialmente em tempos de desafios econômicos.
Publicada por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA