O congresso da Alternativa para a Alemanha (AfD), que se realiza a 11 e 12 de janeiro em Riesa, cidade do estado leste da Saxónia com cerca de 29 mil habitantes, promete ser o encontro mais mediático. A líder do partido de extrema-direita, Alice Weidel, deverá ser eleita candidata a chanceler e o programa eleitoral aprovado.
Vários protestos estão agendados com manifestantes a viajarem de 70 diferentes cidades alemãs. De acordo com o jornal Bild, o número de inscritos aumentou depois de Elon Musk ter recomendado o voto na AfD. No total, a organização espera mais de 10 mil pessoas logo a partir das 6.30 (hora local), bloqueando os acessos ao congresso e tentando impedi-lo.
No último congresso da AfD, em junho de 2024, na cidade de Essen, 28 agentes ficaram feridos. Para este encontro vão ser mobilizados cerca de dois mil polícias federais e estaduais.
Os delegados do partido de extrema-direita, que reúne, de acordo com as sondagens, entre 19 e 21,5% dos votos, ocupando o segundo lugar, deverão votar, entre outros temas, a inclusão do serviço militar obrigatório no manifesto eleitoral, o recuo no conceito de família para “pai, mãe e filhos”, ou o futuro da organização da juventude do partido.
Há ainda outros temas que deverão gerar controvérsia como as moções apresentadas pelo radical Björn Höcke. O líder da AfD na Turíngia, que foi condenado por usar símbolos de organizações inconstitucionais, pede a abolição ou a restrição deste crime.
O Partido Social Democrata (SPD) convocou para 11 de janeiro um congresso extraordinário em Berlim. Nos pontos principais da agenda estão a confirmação do nome do candidato a chanceler, que será novamente Olaf Scholz, e a decisão sobre o programa de governo que se vai centrar nas questões do crescimento económico e da garantia de emprego na indústria.
O SPD não tem conseguido descolar do terceiro lugar nas sondagens, atrás da AfD e da União Democrata Cristã (CDU), obtendo entre 15,5 e 17% dos votos. Em 2021, Scholz conseguiu uma reviravolta dos resultados dois meses e meio antes das eleições.
O partido liderado por Friedrich Merz, candidato a chanceler, encabeça as sondagens com cerca de 33%, vai também encontrar-se este fim de semana, à porta fechada, para uma “Agenda 2030” para a política económica. A 3 de fevereiro os conservadores têm um congresso para ajudar a preparar um “programa imediato” para o período pós-eleitoral.
O partido de extrema-esquerda Aliança Sahra Wagenknecht (BSW) quer adotar o seu manifesto eleitoral a 12 de janeiro. A principal exigência é uma “garantia estatal de infraestruturas” para cuidados de saúde, habitação e necessidades quotidianas.
Para o financiar, o travão da dívida deve ser flexibilizado e o imposto sobre o património reintroduzido. O BSW também quer voltar a comprar gás natural à Rússia. Os resultados do partido nas sondagens variam entre 4 e 7% (precisam de 5% para conseguir entrar no Parlamento Alemão) e Wagenknecht é a candidata a chanceler.
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