No evento de dois anos que relembra os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, foi realizado um abraço ao redor da palavra democracia, escrita com flores que estavam em vasos no chão da Praça dos Três Poderes. O momento simbólico aconteceu às 12h desta quarta-feira (8), e contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), governadores e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Veja imagens do “Abraço da Democracia”:
Ato em Brasília
O evento teve início às 9h30 no Palácio do Planalto. No primeiro ato, o governo federal realizou uma cerimônia para entrega de 21 peças danificadas e que foram restauradas.
Entre elas, está o relógio histórico trazido ao Brasil por Dom João 6º, presente da Corte Francesa para a Coroa Portuguesa, que ficava exposto no Palácio do Planalto. A obra, destruída por uma das pessoas que participava dos atos, foi restaurada em parceria com o governo suíço.
Às 10h30, a obra “As Mulatas”, de Di Cavalcanti, retornou ao patrimônio do Palácio do Planalto após a restauração. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao lado da primeira-dama Janja da Silva, realizou o descerramento da obra, que tem valor estimado em R$ 8 milhões.
Na sequência, aconteceram os discursos das autoridades, incluindo o presidente Lula, que ressaltou que a “democracia venceu” os atos de 8 de janeiro e afirmou que os envolvidos na invasão serão devidamente punidos.
“Um bando de aloprados que acharam que não precisava deixar a presidência depois do resultado eleitoral e que seria fácil tomar o poder. Eu fico imaginando se tivesse dado certo a tentativa de golpe deles, o que iria acontecer nesse país?”, indagou o petista.
“Estamos aqui para lembrar que, se estamos aqui, é porque a democracia venceu. Caso contrário, muitos de nós talvez estivessem presos, exilados ou mortos, como aconteceu no passado e não permitiremos que aconteça outra vez. Se hoje podemos pensar diferente e expressar livremente nossos pensamentos, ideias e desejos, é porque a democracia venceu. Caso contrário, a única liberdade de expressão permitida seria a do ditador e de seus cúmplices – e usada para mentir, espalhar o ódio e incitar a violência contra quem pensa diferente”, acrescentou Lula.
Representando o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, o ministro Edson Fachin também defendeu a democracia e a liberdade no discurso.
“Para que não se repita, precisamos sempre lembrar do que aconteceu. Para que as novas gerações não esqueçam das dores de uma ditadura e dos males que o autoritarismo traz. Nós, os ministros do Supremo Tribunal Federal, sabemos que existimos na democracia, vivemos pela democracia e da democracia jamais desistiremos”, disse o magistrado.