A poucas semanas do arranque do festival, a organização divulgou hoje a programação completa, além das competições já anunciadas anteriormente e onde figuram os filmes ‘Percebes’, ‘Bad for a Moment’ e ‘A Fronteira Azul’.
Na secção ‘Perspetivas Africanas’ está o documentário experimental ‘Hora de mudar’, da realizadora angolana Pocas Pascoal, numa coprodução entre Angola e Portugal sobre colonialismo, capitalismo e biodiversidade.
Clermont-Ferrand vai ainda exibir duas curtas-metragens em ‘Shorts in History’ que remetem para o rescaldo da revolução de 25 de Abril de 1974: ‘Ano 1 — 1º. de Maio’ (1975), filme assinado pela Unidade de Produção Cinematográfica sobre a primeira celebração do Dia do Trabalhador, e ‘Luta do Povo: Alfabetização em Santa Catarina’ (1976), pela cooperativa Grupo Zero.
Num programa dedicado a filmes que foram já distinguidos com prémios do público, o festival incluiu ‘Natureza Humana’, de Mónica Lima, e ‘Lobo Solitário’, de Filipe Melo.
Considerado o mais relevante evento dedicado à curta-metragem, o festival de Clermont-Ferrand decorrerá de 31 de janeiro a 08 de fevereiro.
O filme ‘A Fronteira Azul’, de Dinis Costa, está na competição nacional, sendo uma produção francesa com coprodução luso-espanhola.
A curta-metragem narra a chegada de um navio ilegal à costa ibérica “através dos olhos de múltiplas personagens: Os migrantes, os que cuidaram deles à chegada, os que os transportaram de Espanha para Calais, aqueles que os observam de um veleiro e a partir da rua”, refere a sinopse da produtora Furyo Films.
Na competição internacional de Clermont-Ferrand vão estar ‘Percebes’, de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, e ‘Bad for a Moment’, de Daniel Soares, ambos já exibidos e premiados noutros festivais.
‘Percebes’, premiado em Annecy em 2024 e candidato a uma nomeação para os Óscares, é um documentário em animação sobre percebes, sobre a apanha e a comercialização no Algarve, mas serve de pretexto para dar voz a quem vive e trabalha na região.
No caso da realizadora Laura Gonçalves, será um regresso a Clermont-Ferrand dois anos depois de ter vencido o prémio de Melhor Filme de Animação com ‘O Homem do Lixo’ (2022).
‘Bad for a Moment’, de Daniel Soares, trata, através da ficção, questões sociais sobre habitação e a vida nas cidades.
Segundo a sinopse, em ‘Bad for a Moment’, “um evento de ‘team-building’ corre mal e obriga o dono de um atelier de arquitetura a encarar a realidade do bairro popular que a sua empresa está a gentrificar”.
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