O governo Maduro disse que realizou as prisões para conter supostos planos “terroristas” e “desestabilizadores”
O ministro do interior da Venezuela, Diosdado Cabello, confirmou nesta 2ª feira (6.jan.2025), a prisão de mais de 120 estrangeiros por supostos “atos terroristas” no país. Todos os presos tiveram envolvimento em ações pró-oposição venezuelana depois das eleições de julho de 2024.
Segundo o governo venezuelano, os presos fariam parte de planos “desestabilizadores” financiados por organizações ligadas ao “tráfico de drogas e ao narcoparamilitarismo colombiano”.
Uma das prisões confirmadas é do militar argentino Nahuel Gallo, acusado pelo governo de espionagem. A Venezuela também prendeu estrangeiros de Colômbia, Estados Unidos, Peru, Espanha, Itália, Uruguai, Ucrânia, Suíça, República Tcheca, Líbano, Albânia, Holanda, Israel, Alemanha, Guiana e Iêmen.
Durante fala a jornalistas, Cabello ainda acusou os líderes da oposição, María Corina Machado e Edmundo González, de promover o “caos” na Venezuela.
“Eles têm conversado, declarado e apontado os planos que têm, de onde veio o financiamento, e nós denunciamos […] É o financiamento que a senhora María Corina Machado recebe do grupo terrorista que quer levar a Venezuela ao caos”, disse o ministro.
POSSE PRESIDENCIAL
O opositor Edmundo González disse que voltará à Venezuela para tomar posse como presidente eleito em 10 de janeiro. Ele afirma que venceu as eleições contra Nicolás Maduro, que foi declarador vencedor pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), controlado pelo regime chavista.
Cabello disse que González será preso caso coloque “o dedo na Venezuela”. O ministro afirmou que a segurança será reforçada para “garantir a paz diante de supostas ameaças da oposição”.
A oposição convocou manifestações para 9 e 10 de janeiro, porém não está claro como Edmundo González pretende tomar posse. O governo Maduro já mobilizou mais de 1.200 integrantes das forças armadas venezuelanas para conter possíveis ações da oposição.
As prisões de estrangeiros e a promessa de detenção de González indicam uma possível escalada de tensões na Venezuela, visto que a oposição tentará empossá-lo enquanto o governo usará a violência para conter qualquer tentativa.