O colégio Dante Alighieri, um dos mais tradicionais da capital paulista, enviou comunicado a pais e responsáveis por alunos nesta segunda-feira (20) em que diz lamentar o fato de uma professora ter exibido em sala de aula um vídeo que faz uso da chamada linguagem neutra. A instituição foi pressionada pelos familiares dos estudantes após o ocorrido.
O texto afirma que uma professora de História exibiu para os alunos de uma das turmas do 6º ano um vídeo do canal do Laboratório de Arqueologia e Antropologia Ambiental e Evolutiva da Universidade de São Paulo.
“Lamentamos o ocorrido, uma vez que o canal em questão apresenta um tratamento editorial de linguagem que não tem correspondência com o padrão de uso de linguagem adotado institucionalmente pelo colégio”, diz a retratação.
A denominada linguagem neutra surgiu com a intenção de representar pessoas não binárias, que não se identificam nem com o gênero masculino nem com o feminino. Seu uso ganhou espaço em ambientes como as redes sociais. Por essa linguagem, a palavra “todos”, por exemplo, pode ser substituída por “todes”.
O colégio ressalta no comunicado que o vídeo não estava programado para ser exibido os alunos, não consta do material didático e só foi exibido pela docente com o propósito de complementar o conteúdo de uma de suas salas.
Em nota ao Painel, o colégio afirma ser “um espaço democrático de convivência harmônica e amistosa entre todos, respeitando a pluralidade que existe na sociedade e acolhendo toda a diversidade”.
Sobre o ocorrido, afirma que “a linguagem é um terreno vasto e fluido, que se amolda, com o tempo, às mudanças socioculturais que lhe ditam novas configurações” e que entende que, na atualidade, haja manifestações que utilizem a linguagem neutra.
“Defendemos, no entanto, que qualquer tipo de modificação e atualização deve ser discutida por especialistas, sem ser imposta. Assim como ocorre com o padrão textual jornalístico —do qual a Folha é importante símbolo—, o Dante, baseando-se nas diretrizes da pedagogia hoje vigente no país, utiliza em suas aulas a norma-padrão da língua portuguesa”, conclui a nota.
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