“Problema de comunicação” afetou câmbio


Ministro da Fazenda fala em corrigi-la e que vazamento na véspera do anúncio produziu “efeito deletério” sobre expectativas

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 6ª feira (20.dez.2024) que houve “problema de comunicação” no final de 2024 no governo Lula (PT) e que isso afetou a trajetória da cotação do dólar. O chefe da equipe econômica mencionou “vazamentos” na véspera do anúncio do pacote fiscal, que foi detalhado em 28 de novembro.

“Houve problema de comunicação no final do ano, o que fez com que o dólar no Brasil tivesse uma organização mais forte do que em outros países. Então, é preciso corrigir a comunicação, tomar as medidas. Porque não é só a comunicação, também tem que tomar medidas e fazer com que isso traga o câmbio, não com um patamar específico, mas com uma situação de funcionalidade”, declarou. Completou dizendo: 

“Acredito que os vazamentos que ocorreram na véspera do anúncio das medidas produziam um efeito deletério sobre as expectativas. E isso foi ruim, porque começou a ter que explicar depois do fato constatado que houve uma má apreensão, recepção do conjunto de medidas”.

A declaração foi dada em durante café com jornalistas. O Poder360 foi convidado e participou do evento.

Ao detalhar o pacote fiscal em 28 de novembro, o impacto estimado pela equipe econômica foi de R$ 71,9 bilhões para 2025 e 2026. A projeção para os próximos 6 anos é de R$ 327 bilhões.

Haddad disse ter havido um fortalecimento da moeda americana no mundo inteiro”, mas que, no Brasil, o fortalecimento foi maior”.

“Nós temos que corrigir essa escorregada que o dólar deu aqui, não no sentido de buscar o nível de dólar, não no sentido de mirar uma meta. Não é nesse sentido que eu penso que nós devemos atuar”, declarou.

BANCO CENTRAL

Haddad também defendeu que o Banco Central do Brasil atue para corrigir disfuncionalidades no câmbio: “Isso é uma atribuição dele. A minha opinião é que você não tem que buscar um nível, você tem que buscar o equilíbrio. Sempre que houver uma disfuncionalidade por incerteza, insegurança, seja lá o que for, que gere uma disfuncionalidade no mercado de câmbio e no mercado de juros o Banco Central deve promover correções nesse sentido. Repito, não buscando uma meta de qual é o valor do dólar adequado”.

DÓLAR COMERCIAL

O dólar comercial fechou com queda de 2,3% na 5ª feira (19.dez.2024), cotado a R$ 6,12. A moeda norte-americana caiu pela 1ª vez depois de 5 pregões seguidos de alta.

A queda está relacionada aos 2 leilões de dólar à vista do Banco Central, que somaram US$ 8 bilhões na 5ª feira.

Às 12h37 desta 6ª feira (20.dez), a moeda estava cotada a R$ 6,08, o que representa uma queda diária de 0,64%.

O BC também anunciou novos leilões nesta 6ª feira, que totalizam US$ 7 bilhões. A tentativa é de frear a trajetória de altas do dólar frente ao real.





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