Eleição foi motivada pela destituição da ex-primeira-ministra Sheikh Hasina e a transição pacífica do poder
A Economist escolheu nesta 5ª feira (19.dez.2024) Bangladesh como o país de 2024. O reconhecimento é dado à nação que, segundo a revista britânica, mais avançou em um ano.
A eleição foi motivada pela destituição da ex-primeira-ministra Sheikh Hasina do cargo, em agosto, depois de longos protestos e pela transição pacífica do poder no país asiático, que tem histórico de violência.
Atualmente, Muhammad Yunus, vencedor do prêmio Nobel de economia, governa o Bangladesh de modo interino. Conhecido como o “banqueiro dos pobres”, Yunus, 84 anos, era opositor de Hasina.
“Muhammad Yunus restaurou a ordem e estabilizou a economia. Em 2025, precisará reparar os laços com a Índia e decidir quando realizar eleições — primeiro garantindo que os tribunais sejam neutros e que a oposição tenha tempo para se organizar. Nada disso será fácil. Mas para derrubar um déspota e dar passos em direção a um governo mais liberal, Bangladesh é o nosso país do ano”, afirma a revista.
Além de Bangladesh, outros 4 países completaram o ranking da Economist de 5 países que mais avançaram em 2024. Foram eles:
- 2º) Síria – a posição foi motivada pela queda do ex-presidente Bashar al-Assad e que pôs fim a quase 50 anos de ditadura de sua família no país do Oriente Médio. O país não foi eleito o “país do ano” por conta da instabilidade que ainda perdura em seu território;
- 3º) Argentina – as reformas econômicas “radicais” feitas pelo governo do presidente Javier Milei (La Libertad Avanza, direita) foram elogiadas pela revista, mas a valorização do peso argentino e o choque de preços enfrentados pela população foi criticado;
- 4º) África do Sul – a derrota do Congresso Nacional Africano nas eleições legislativas de 2024 e a consequente necessidade de formar coalizão para governar causou otimismo na revista, que diz ter a África do Sul uma “chance de melhor governo”;
- 5º) Polônia – a revista afirma que em 2024 o premiê Donald Tusk (Plataforma Cívica, centro) consertou os erros de gestões anteriores e retirou o alinhamento que existia do país com o governo húngaro de Viktor Orbán. A revista acusa os ex-governantes poloneses de “corroerem as normas democráticas liberais”.