Adler Alves foi demitido pela AGU por participar do encontro que embasou operação da PF; governador diz que ele cumpre os requisitos técnicos
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nomeou na 4ª feira (18.dez.2024) Adler Anaximandro Alves para a presidência do conselho administrativo da SPPrev (São Paulo Previdência). Ele foi demitido da AGU (Advocacia Geral da União) em fevereiro por participar de reunião que embasou a operação da PF (Polícia Federal) que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) na presidência.
Em nota, a gestão Tarcísio afirmou que Alves é “procurador federal de carreira da Advocacia Geral da União e cumpre todos os requisitos técnicos para a nomeação”.
“No procedimento instaurado pela AGU foi esclarecido que o servidor estava na reunião em razão de ter sido convocado oficialmente”, disse.
O cargo era ocupado por Marina Brito Battilani, ex-secretária de Previdência do Ministério do Trabalho e Previdência na gestão Bolsonaro. O SPPrev é responsável pelos regimes próprios de previdência dos servidores civis e militares.
ENTENDA
No encontro que embasou a operação Tempus Veritatis, realizado em 2022, estavam ao menos 30 integrantes do então governo, incluindo ministros e o vice da chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022, general Braga Netto (PL), que foi preso há menos de uma semana.
A PF encontrou o vídeo da reunião em fevereiro de 2024, em um computador do ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.
Na ocasião, Adler Anaximandro Alves permanecia na AGU, ocupando cargo de coordenador na Diretoria de Gestão e Cálculo da Procuradoria-Geral Federal do órgão, em nomeação feita por Jorge Messias, AGU do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ao demiti-lo, a AGU divulgou uma nota afirmando que abriram uma “instrução preliminar, de natureza investigativa, para verificar se houve transgressão disciplinar”.
Assim como Adler Alves, outro integrante que participava da reunião, segundo a PF, era Wagner Rosário. Ele era controlador-geral da União e, hoje, é controlador-geral do Estado de São Paulo.