A ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza matou pelo menos 45.028 palestinos e feriu 106.962 desde 7 de outubro de 2023, informou o Ministério da Saúde do território, que é controlado pelo Hamas, nesta segunda-feira (16).
No domingo (15), autoridades de saúde palestinas disseram que pelo menos 20 pessoas, incluindo crianças, foram mortas em um ataque a uma escola que abriga famílias deslocadas em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza.
O Exército israelense afirmou nesta segunda que atacou integrantes do Hamas que operavam em um complexo que anteriormente servia como uma escola administrada pela ONU.
Os militares pontuaram que o complexo também servia como um campo de treinamento para preparar e planejar ataques contra as forças israelenses.
Palestinos enterram parentes mortos
Também nesta segunda, parentes de palestinos mortos por Israel no ataque em Khan Younis se reuniram antes de levá-los para seus túmulos.
Muitos choraram enquanto os corpos dos familiares eram carregados em macas. Eles então foram deitados no chão para a realização de orações fúnebres.
“As pessoas estavam seguras, permanecendo em suas casas [abrigos] depois de rezarem a oração do jantar. Elas estavam sentadas, dormindo e permanecendo em seus lugares”, relatou Manal Tafesh, cujo irmão e filhos estavam entre os mortos.
“Nossos filhos se foram, nossos filhos se foram. Nossa juventude se foi. Nossos filhos se foram, e nossa linhagem acabou. Quando essa escuridão acabará?”, comentou à Reuters do lado de fora do necrotério.
Os militares de Israel acusam o Hamas de usar infraestruturas civis como hospitais, escolas e mesquitas para fins militares. O Hamas nega as alegações e diz que são um pretexto israelense para “justificar a matança indiscriminada de civis”.
Ataques de Israel em Gaza continuam
Os bombardeios israelenses continuaram nesta segunda-feira.
Autoridades de saúde palestinas afirmaram que ofensivas em todo o território mataram pelo menos 10 pessoas.
Médicos alegaram que quatro pessoas foram mortas em um ataque aéreo na cidade de Beit Lahiya, no extremo norte da Faixa de Gaza, onde o Exército opera desde outubro.
Outras três teriam sido mortas em bombardeios de tanques israelenses que atingiram local próximo ao cemitério do campo de Nuseirat em áreas centrais; e três outras em Rafah, no sul.
Netanyahu conversa com Trump
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que conversou com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que retorna à Casa Branca em 20 de janeiro, sobre os esforços para garantir a libertação dos reféns do Hamas.
“Discutimos a necessidade de completar a vitória de Israel e falamos longamente sobre os esforços que estamos fazendo para libertar nossos reféns”, pontuou Netanyahu em declaração no domingo (15).
Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.
Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
A população israelense faz protestos constantes contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.