Países devem ter sentido de urgência na COP do Brasil, diz Marina


Ministra do Meio Ambiente diz ter preocupação com possível saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris após a eleição de Donald Trump

A ministra do Meio Ambiente e de Mudança Climática do Brasil, Marina Silva, disse que a COP (Conferência das Nações Unidas) sobre Mudanças no Clima de 2025, que será realizada em Belém (PA), terá o desafio de colocar os acordos internacionais traçados para conter as alterações no clima mundial em prática. Afirmou que, para isso, os países devem chegar à conferência com “sentido de urgência”.

O que aconteceu no Rio Grande do Sul, o que está acontecendo no mundo e o prejuízo que isso está causando para os sistemas de produção de alimentos são algo para fazer com que a gente se mobilize com o sentido de urgência. Nós temos que chegar em Belém decretando estado de emergência climática”, exclamou a ministra, citando as enchentes de maio de 2024 no Sul do país.

Em seminário promovido pelo jornal O Globo em parceria com o Valor Econômico na 4ª feira (11.dez.2024), Marina lamentou que a COP 29 em Baku, no Azerbaijão, não tenha alcançado o resultado esperado. Na conferência, realizada em novembro, ficou acordado que os países desenvolvidos aportarão US$ 300 bilhões por ano para ajudar as nações em desenvolvimento a combater as mudanças climáticas. O valor ainda é distante dos US$ 1,3 trilhões necessários para o financiamento climático. Marina Silva disse acreditar que, gradativamente, será possível atingir a quantia.

Além das negociações financeiras, a COP do Brasil ainda terá as NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), metas de redução de emissões de gases poluentes que são renovados a cada 5 anos. Em 2025, as NDCs terão de ser reapresentadas.

A ministra também relatou preocupação com a possível saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, assinado na COP 21 que visa a mitigar as mudanças climáticas e que tem o financiamento como um dos principais pilares.

O presidente norte-americano eleito, Donald Trump (Republicano), já falou repetidas vezes em deixar o Acordo de Paris, o que significaria que países europeus teriam que tomar responsabilidade pelo aporte financeiro. 

É possível que em um contexto conflagrado como esse possa haver bloqueio de negociação. E impedir que se tenha qualquer debate ou solução sobre financiamento seria o pior dos mundos”, disse Marina.





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