Plano de golpe: militar enviou fotos de Gilmar Mendes em aeroporto


A investigação da Polícia Federal (PF) revela que o coronel da reserva Reginaldo Vieira de Abreu enviou fotos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes no aeroporto de Lisboa, Portugal, antes de embarcar no mesmo voo com destino a Brasília. O militar foi indiciado nesta quarta-feira (11) por participação em uma trama golpista.

A foto foi compartilhada por Reginaldo com o general Mario Fernandes, outro indiciado, por meio de aplicativo de mensagens, em 20 de novembro de 2022.

Na época, Abreu atuava como chefe de gabinete de Fernandes, que era o secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência.

O relatório da PF aponta que as imagens foram capturadas no contexto do grupo golpista, do qual Reginaldo faria parte, que já havia elaborado uma minuta que previa medidas como a prisão do ministro Gilmar Mendes.

“Dando continuidade à presente investigação, foi identificada mídia que guarda relevância no contexto dos fatos sob apuração. Nas mensagens trocadas entre MARIO FERNANDES e seu chefe de gabinete, coronel REGINALDO VIEIRA DE ABREU (CPF 966.942.547-68), cujo contato era salvo como “VELAME”, identificou-se o envio de uma imagem, no dia 20/11/2022, mostrando o ministro GILMAR MENDES de pé, com malas, em um local que aparenta ser a área de embarque de um aeroporto”, diz a PF.

A imagem recuperada é um indício para a PF que o ministro Gilmar Mendes também estaria sendo monitorado, além dos nomes já sabidos do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes.

A PF diz que a foto foi durante o plano de golpe e prisões. “Importante contextualizar que a foto foi enviada no mês de novembro de 2022, no período em que os investigados tinham elaborado a primeira versão da minuta de golpe de Estado que previa, dentre outras medidas de exceção, a prisão do ministro Gilmar Mendes, conforme depoimento prestado pelo colaborador Mauro Cesar Cid”, afirma o texto.

Ontem, o militar foi indiciado pela PF por fazer parte do plano golpista. Agora, o número de indiciados subiu para 40 nomes.

A CNN busca o contato da defesa do militar indiciado. Em depoimento, o militar optou pelo silêncio.

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