Investigações acompanhavam Sandra Inês Moraes desde 2016; desembargadora cobrava até 75% de salário de servidores
A desembargadora da Bahia Sandra Inês Moraes Rusciolelli foi aposentada compulsoriamente pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) por cobrar “rachadinha” de servidores nomeados no gabinete dela. Conforme divulgado pela entidade, os salários proporcionais ao tempo de serviço serão mantidos.
A decisão foi publicada na 3ª feira (10.dez.2024) no site do CNJ. O conselho explicou que a investigação sobre Sandra Inês, que começou em 2016, identificou que a desembargadora cobrava até 75% do salário dos funcionários. A defesa alegou que ela não sabia do esquema, o que foi derrubado pela apuração.
O CNJ detalhou ainda que a desembargadora determinava a designação e a nomeação de cargos comissionados. A relatora do PAD (Processo Administrativo Disciplinar), conselheira Daiane Nogueira Lima, disse que as vagas eram preenchidas por “pessoas sem expertise técnica, ou de seu círculo pessoal ou com necessidades de emprego”.
Daiane Nogueira explicou que o filho de Sandra Inês fazia parte do esquema, coagindo funcionários a participarem da “rachadinha”.
O rapaz, ainda de acordo com o CNJ, colaborou com as investigações, que ainda tiveram relatos de testemunhas, depoimentos, extratos bancários e imagens de câmeras de segurança.
“Há, sim, desvio de conduta funcional e prossegue com o uso abusivo de instrumentos do tribunal para a realização de crimes, como o uso do carro funcional”, disse a relatora.