Alvinegros gritaram “Fogo!” quando dois veículos do Corpo de Bombeiros passaram pela rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, minutos depois da conquista inédita do time na Copa Libertadores.
No banco do carona do segundo caminhão, um bombeiro balançava uma camisa do Botafogo pela janela.
Com a conquista do Botafogo sobre o Atlético Mineiro, por 3 a 1, na Argentina, alvinegros que não viajaram tomaram conta do Rio de Janeiro na noite deste sábado (30).
No estádio Nilton Santos, o Engenhão, no Engenho de Dentro, milhares de torcedores acompanharam a final por oito telões.
No bairro de Botafogo, alvinegros desceram de ônibus e prédios e caminharam à sede da rua General Severiano. O imóvel por algumas décadas deixou de ser do clube, mas foi recuperado às portas do título brasileiro de 1995, aquele que era o último de grande expressão do clube de Garrincha, Nilton Santos e Amarildo, e agora também de Luiz Henrique, Júnior Santos e Almada.
Os campeões andavam pelas ruas com diferentes reações. Alguns eufóricos ensaiavam corridas pelo meio da rua, entre os carros. Outros, atônitos, andavam com as mãos na cabeça.
“Sou campeão e até agora não consigo acreditar. Não quis planejar nada sobre comemoração para não dar azar. Mas agora quero viver cada segundo disso e só voltar para casa de manhã”, disse o alvinegro Thiago Medeiros, 24.
No caminho até General, três adolescentes chutavam amêndoas, latas de lixo e faziam barulho com músicas de torcida. Entre os gritos, um lembrou: “Amanhã tem vestibular da UERJ”. Ao que outro respondeu: “Esquece isso”.
No largo de General Severiano fica a recém-reformada estátua do Manequinho, figura de um menino urinando que é mascote do clube. O pedaço ficou lotado. Todos queriam tocar na escultura.
A estátua é um chafariz que jorra água pelo pequeno pênis.
Tradição em toda conquista de título, os torcedores vestiram a estátua com uma camisa do Botafogo, beberam da água e jogaram as gotas para cima, molhando uns aos outros, como num ritual com água benta.
Na rua Arnaldo Quintela, hoje famosa por bares e restaurantes frequentados pelos jovens cariocas, o buzinaço era infernal. A maioria das buzinas era de botafoguenses comemorando, e algumas outras eram de taxistas e motoristas de aplicativo presos no trânsito.
A festa deve continuar neste domingo (1°), quando a delegação alvinegra retornará da Argentina. O avião deve pousar à tarde no aeroporto internacional do Rio, no Galeão. A torcida organiza uma recepção no entorno do aeroporto para receber os campeões. Milhares de alvinegros são esperados.