Pelo menos 18 pessoas morreram entre segunda (25) e quarta-feira (27) desta semana em Sinaloa, em eventos que estão sendo investigados como “homicídios dolosos”, quando há a intenção de matar, de acordo com dados coletados até esta quinta-feira (28) pela Procuradoria Geral do Estado, localizado no noroeste do México.
A onda de violência foi tão intensa que a Universidade Autônoma de Sinaloa, a principal do estado, anunciou que suspenderia as aulas presenciais em seus campi na capital, Culiacán, e em Navolato, pelo menos até a próxima segunda-feira (2).
A crescente violência em Sinaloa registrou um aumento significativo desde a prisão, nos Estados Unidos, do narcotraficante Ismael “El Mayo” Zambada, que foi capturado no Texas junto com Joaquín Guzmán López, filho do ex-líder do cartel de Sinaloa, Joaquín “El Chapo” Guzmán, em um incidente polêmico que intensificou as tensões entre o Governo do então presidente Andrés Manuel López Obrador e sua sucessora, Claudia Sheinbaum, e o Governo dos Estados Unidos.
López Obrador chegou a sugerir, sem apresentar provas, a existência de um suposto “acordo” entre o Departamento de Justiça dos EUA e um dos grupos do crime organizado por trás da captura de Zambada e Guzmán. Essa versão foi rejeitada pelo embaixador dos Estados Unidos no México, Ken Salazar, que afirmou que seu país havia cooperado e entregado documentos sobre a prisão de Zambada.
A violência em Sinaloa, estado berço do cartel com o mesmo nome, causou até outubro mais de 190 mortes e prejuízos à sua economia, a ponto de o Governo local implementar um plano emergencial que inclui descontos fiscais e microcréditos.