Opositores de Nicolás Maduro fizeram novas denúncias de cortes de água e energia elétrica na embaixada da Argentina em Caracas, que está sob custódia do Brasil.
“28 de novembro, 20h: Já foram 5 dias contínuos de cerco policial em frente à residência da Embaixada da Argentina em Caracas, custodiada pelo Brasil; agravado pelos cortes e restrições de eletricidade (3 dias) e água (2 dias)”, escreveu no X o opositor Pedro Urruchurtu, coordenador do movimento “Comando Con Venezuela”, que está asilado na embaixada.
Na manhã desta sexta-feira (29), o militante fez outra publicação e acrescentou que o corte de energia já ultrapassou 80 horas.
29 de noviembre, 8:30AM: Se mantiene el asedio policial a las afueras de la residencia de la Embajada de Argentina en Caracas, custodiada por Brasil. Mañana se cumplirá una semana continua de esto. También se mantienen el corte eléctrico (+80h) y restricciones de acceso de agua.
— Pedro Urruchurtu Noselli (@Urruchurtu) November 29, 2024
O perfil da aliança política opositora Plataforma Unitária Democrática também se manifestou pelas redes sociais: “Este ato de perseguição e intimidação viola os direitos humanos dos colegas que ali se encontram asilados, além de violar os tratados internacionais que regem a matéria.”
Opositores asilados na embaixada
No último sábado (23), os opositores denunciaram um cerco policial contra a sede diplomática, com uso de drones e agentes encapuzados.
Esta não é a primeira vez que os seis opositores asilados na embaixada desde março relatam intimidações e restrições impostas pelo governo chavista.
Em setembro, alguns dos asilados denunciaram um cerco com viaturas policiais à embaixada. Naquela mesma noite, o governo venezuelano comunicou o Brasil que revogaria a autorização para que o país representasse os interesses argentinos na Venezuela.
Na ocasião, o governo brasileiro respondeu, no entanto, que o fim da autorização não poderia ser unilateral e não poderia haver um vácuo na representação das missão diplomática da Argentina na Venezuela. Além de que a chancelaria argentina e o governo chavista teriam que chegar a um acordo para a designação de um país substituto para representar esses interesses.
No dia seguinte ao assédio, o governo Maduro informou que ex-candidato Edmundo González havia deixado a Venezuela rumo à Espanha, país onde está asilado até hoje.