Ministra do Planejamento afirma ser um “grilo falante” no governo ao falar sobre a necessidade de eficiência dos gastos públicos
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta 6ª feira (29.nov.2024) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trabalhará para cumprir a meta fiscal de zerar o deficit primário em 2025. A declaração foi dada durante o Almoço Anual dos Dirigentes de Bancos, realizado pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), em São Paulo (SP).
“Nós vamos mirar o centro da meta no ano que vem, e é deficit zero no ano que vem. Não podemos gastar mais do que arrecadamos. Por isso, a medida de ajuste fiscal”, disse.
Segundo Tebet, o pacote fiscal apresentado na 5ª feira (28.nov) pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “uma dentre tantas medidas que vão ser apresentadas quantas forem necessárias para cumprir o deficit zero”. Há desconfiança de agentes do mercado financeiro sobre o impacto das medidas anunciadas e se elas são suficientes para o equilíbrio das contas públicas.
Em abril, a equipe econômica decidiu mexer no alvo estabelecido em lei para 2025. Com isso, passou de superavit primário de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) para um resultado em que receitas e despesas fiquem no mesmo patamar, sem considerar o pagamento dos juros da dívida pública. Há ainda uma margem de tolerância de deficit de 0,25%.
A ministra reforçou que o governo precisa “garantir a sustentabilidade da dívida pública” e que a medida levará à queda da taxa básica de juros, hoje em 11,25% ao ano. Ao falar sobre o tema, citou o próximo presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, que assume mandato em 2025.
“Nós vamos facilitar a vida de Galípolo a partir de janeiro porque nós queremos juros mais baixos para que a economia continue crescendo”, declarou. Tebet também disse que “não é uma escolha de Sofia responsabilidade social ou fiscal” e que Lula sabe disso.
A ministra também justificou a sua permanência no governo e que o petista tem compromisso com o equilíbrio das contas públicas. “Eu sou o grilo falante, que falo o tempo todo, como mais liberal que sou. ‘Presidente, o problema do Brasil não é falta de dinheiro’. Nós gastamos muito, mas pior do que gastar muito é gastar mal. Precisamos garantir a eficiência do gasto público”, declarou.