Militares israelenses proíbem volta de moradores ao sul do Líbano


Moradores estão proibidos de se mudar para vilarejos no sul do Líbano até novo aviso, disse o porta-voz militar israelense Avichay Adraee na X na sexta-feira (29).

Israel disse que abriu fogo na quinta-feira (28) contra o que chamou de “suspeitos” com veículos chegando a várias áreas do sul do país, dizendo que era uma violação da trégua com o grupo armado Hezbollah, apoiado pelo Irã, que entrou em vigor na quarta-feira (27) de manhã, no horário local.

O parlamentar do Hezbollah, Hassan Fadlallah, por sua vez, acusou Israel de violar o acordo.

“O inimigo israelense está atacando aqueles que retornam às aldeias da fronteira”, disse Fadlallah aos repórteres, acrescentando que “há violações hoje por parte de Israel, mesmo dessa forma”.

O exército israelense também disse na quinta-feira que a força aérea atingiu uma instalação usada pelo Hezbollah para armazenar foguetes de médio alcance no sul do Líbano, o primeiro ataque desse tipo desde que o cessar-fogo entrou em vigor.

Em sua postagem recente, Adraee pediu aos moradores libaneses que não retornassem a mais de 60 vilarejos do sul, dizendo que qualquer um que se deslocasse para o sul da linha especificada “se colocaria em perigo”.

O exército libanês acusou Israel de violar o cessar-fogo diversas vezes na quarta e quinta-feira.

A troca de acusações destacou a fragilidade do cessar-fogo, que foi intermediado pelos Estados Unidos e pela França para encerrar o conflito, travado em paralelo com a guerra de Gaza. A trégua dura 60 dias na esperança de alcançar uma cessação permanente das hostilidades.

Entenda os conflitos no Oriente Médio

No final de novembro, foi aprovado um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. Isso acontece após meses de bombardeios do Exército israelense no Líbano.

A ofensiva causou destruição e obrigou mais de um milhão de pessoas a saírem de casa para fugir da guerra. Além disso, deixou dezenas de mortos no território libanês.

Assim como o Hamas, o Hezbollah e a Jihad Islâmica são grupos radicais financiados pelo Irã, e, portanto, inimigos de Israel.

A expectativa é que o acordo sirva de base para uma cessação das hostilidades mais duradoura.

Ao mesmo tempo, a guerra continua na Faixa de Gaza, onde militares israelenses combatem o Hamas e procuram por reféns que foram sequestrados há mais de um ano durante o ataque do grupo radical no território israelense no dia 7 de outubro de 2023. Na ocasião, mais de 1.200 pessoas foram mortas e 250 sequestradas.

Desde então, mais de 43 mil palestinos morreram em Gaza durante a ofensiva de Israel, que também destruiu praticamente todos os prédios no território palestino.

Em uma terceira frente de conflito, Israel e Irã trocaram ataques, que apesar de terem elevado a tensão, não evoluíram para uma guerra total.

Além disso, o Exército de Israel tem feito bombardeios em alvos de milícias aliadas ao Irã na Síria, no Iêmen e no Iraque.



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