Sobre as últimas revisões feitas para o crescimento da economia brasileira, Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central (BC), aponta que os impactos de algumas medidas foram subestimados, de modo a ter se apontado primeiramente altas mais modestas.
“A gente começa o ano com projeções de crescimento inferiores às observadas agora. Mas, quando lá atrás se fez postergação dos precatórios, não houve revisão do PIB para baixo. Agora, quando se antecipa os pagamentos, também não imaginamos que isso iria dar impulso positivo. Então passaram a surgir uma série de estudos apontando que [o pagamento dos] precatórios tiveram efeito de impulso na economia”, explica o diretor do BC.
A economia brasileira segue crescendo acima da expectativa, e o movimento acelerado tende a pressionar a inflação, o que preocupa o BC em seu mandato de controlar a alta dos preços.
Além do Produto Interno Bruto (PIB) mais acelerado que o previsto, o país convive com um mercado de trabalho aquecido, que registra níveis recordes de ocupação.
E por mais que os sinais sejam positivos, e que o movimento possa parecer contraditório, Galípolo aponta que é neste momento que a autarquia deve agir.
“O BC é o cara chato da festa, no momento que tá bom é quem pede para baixar o som”, enfatizou diretor do BC.
O diretor do BC participou nesta quinta-feira (28) de palestra no evento Esfera Recebe, promovido pelo Grupo Esfera Brasil, em São Paulo.