Ao pedir desculpas por atacar a qualidade da carne brasileira, o CEO do grupo francês Carrefour saiu-se com essa: “somos franceses na França e brasileiros no Brasil”.
A suposta bipolaridade foi a forma criativa encontrada para tentar remendar os estragos feitos na relação com os brasileiros, sem abrir mão do discurso protecionista para os compatriotas franceses.
O fato é que vários dirigentes de multinacionais francesas trataram com desdém o agronegócio brasileiro nos últimos dias, sem imaginar o tamanho da repercussão negativa e a ameaça que isso poderia representar em negócios na casa dos bilhões. Depois de Danone e Carrefour, o grupo gigante da cana-de-açúcar Tereos também trucou sem cartas. E ainda não pediu desculpas, apesar de lucrar mais de R$ 1 bilhão por ano no Brasil.