Os atos que começaram contra o acordo UE-Mercosul agora critica medidas do governo francês
Agricultores da França realizaram uma nova série de manifestações nesta 5ª feira (28.nov.2024) contra medidas administrativas do governo francês. Os protestos, que começaram na última semana, ergueram barricadas em frente a instituições públicas e bloquearam estradas com tratores.
Os manifestantes levantaram muros com blocos de concreto na entrada do Instituto de Pesquisa Agrícola Inrae. Segundo os produtores, os estudos do Inrae promovem práticas agrícolas que favorecem a agricultura intensiva e o uso de químicos, o que se distancia da realidade de pequenos agricultores.
Veja imagens das manifestações:
Agricultores franceses protestam contra acordo do Mercosul
Pequenos agricultores criticam o Fnsea (Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas), maior sindicato agrícola do país, por apoiar interesses industriais e ser hegemônico na tomada de decisões para todo o setor.
Os protestos também citam políticas ambientais e econômicas da Europa como um problema ao setor. Argumentam que a redução de subsídios e as medidas ambientais atrapalham o desenvolvimento da agricultura francesa.
A ministra da Agricultura na França, Annie Genevard, lamentou os atos desta 5ª feira (28.nov).
“Não podemos tolerar ataques à propriedade das pessoas […] Este deveria ser o momento em que falamos do futuro da agricultura, da visão que temos da agricultura para os próximos anos. Então, houve esses acontecimentos completamente lamentáveis”, declarou Genevard.
Os agricultores também se mobilizam contra o acordo comercial entre a UE (União Europeia) e o Mercosul. Eles citam uma “concorrência desleal” com produtores de países como o Brasil, que supostamente não passam pelo mesmo controle sanitário e de qualidade.
Tanto o setor quanto o Parlamento francês são contra o tratado costurado por Bruxelas com o bloco sul-americano. O acordo pode ser anunciado durante a Cúpula do Mercosul, em Montevidéu (Uruguai), em 5 e 6 de dezembro.