A colunista do CNN Money, Solange Srour, expressou ceticismo quanto à viabilidade da proposta do governo de compensar a isenção do Imposto de Renda (IR) para rendas de até R$ 5 mil com o aumento da tributação para quem ganha acima de R$ 50 mil mensais.
“Essa conta não equilibra, vai precisar botar uma carga tributária excessivamente alta para quem ganha acima de R$ 50 mil”.
A especialista argumenta que a medida compensatória dificilmente será aprovada no Congresso Nacional.
A colunista destacou que a isenção do IR para rendas até R$ 5 mil é uma medida extremamente popular e provavelmente será aprovada, inclusive com o apoio da oposição. No entanto, a parte compensatória da proposta enfrenta resistência significativa.
“Acho mais fácil passar a isenção dos R$ 5 mil sem a contrapartida”, afirma Srour, ressaltando que o Congresso não parece disposto a aumentar a carga tributária, considerando os aumentos já implementados nos últimos dois anos.
Srour apontou que a falta de uma estratégia clara e de negociação efetiva com o Congresso pode comprometer não apenas a aprovação das medidas compensatórias, mas também as propostas de contenção de gastos públicos.
A especialista alerta para o risco de as medidas de controle de gastos serem ainda mais diluídas durante o processo legislativo, enquanto novas propostas de aumento de gastos poderiam ser incluídas em uma eventual PEC.
“Estou percebendo que o governo está sem estratégia e sem negociação com o Congresso, e está tentando atirar para todos os lados a fim de manter a popularidade onde ela está”, observou Srour.
A colunista advertiu que, independentemente das medidas propostas, o cenário econômico apresenta desafios. Ela prevê um aumento da inflação e uma desaceleração econômica devido à manutenção de juros altos.
Srour conclui que a decisão de anunciar benefícios sociais simultaneamente à tentativa de ajuste fiscal não foi acertada, sugerindo que isso pode complicar ainda mais as negociações e a implementação das medidas econômicas propostas pelo governo.
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