O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah no Líbano, que entrou em vigor nesta quarta-feira (27), no horário local, é “o primeiro raio de esperança” no conflito regional após meses de escalada.
“É essencial que aqueles que assinaram o compromisso de cessar-fogo o respeitem integralmente”, ponderou Guterres em uma curta declaração televisionada durante uma visita à sua cidade natal, Lisboa, acrescentando que a força de manutenção da paz da ONU no Líbano estava pronta para monitorar o cessar-fogo.
Ele também reiterou seu apelo por um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.
“Recebi um sinal auspicioso ontem, o primeiro raio de esperança pela paz em meio à escuridão dos últimos meses”, afirmou o secretário-geral, referindo-se ao acordo.
“É um momento de grande importância, especialmente para os civis que estavam pagando um preço enorme por esse conflito crescente”, concluiu.
Entenda os conflitos no Oriente Médio
No final de novembro, foi aprovado um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. Isso acontece após meses de bombardeios do Exército israelense no Líbano.
A ofensiva causou destruição e obrigou mais de um milhão de pessoas a saírem de casa para fugir da guerra. Além disso, deixou dezenas de mortos no território libanês.
Assim como o Hamas, o Hezbollah e a Jihad Islâmica são grupos radicais financiados pelo Irã, e, portanto, inimigos de Israel.
A expectativa é que o acordo sirva de base para uma cessação das hostilidades mais duradoura.
Ao mesmo tempo, a guerra continua na Faixa de Gaza, onde militares israelenses combatem o Hamas e procuram por reféns que foram sequestrados há mais de um ano durante o ataque do grupo radical no território israelense no dia 7 de outubro de 2023. Na ocasião, mais de 1.200 pessoas foram mortas e 250 sequestradas.
Desde então, mais de 43 mil palestinos morreram em Gaza durante a ofensiva de Israel, que também destruiu praticamente todos os prédios no território palestino.
Em uma terceira frente de conflito, Israel e Irã trocaram ataques, que apesar de terem elevado a tensão, não evoluíram para uma guerra total.
Além disso, o Exército de Israel tem feito bombardeios em alvos de milícias aliadas ao Irã na Síria, no Iêmen e no Iraque.