CNA entrará na União Europeia com ação contra Carrefour


Entidade disse que vai formalizar uma reclamação para fazer valer os princípios de liberdade econômica e a proteção da produção brasileira

A CNA (Confederação de Agricultura e Pecuária) anunciou na última 3ª feira (26.nov.2024) que irá adotar medidas junto à União Europeia contra o Carrefour e outras empresas francesas que afirmaram que não irão mais comprar carnes produzidas em países do Mercosul, entre eles o Brasil.

A entidade argumenta que os produtores brasileiros foram impactados por informações falsas. A CNA afirmou que vai acionar seu escritório de advocacia em Bruxelas, na Bélgica, onde está a sede da União Europeia, para formalizar uma reclamação para fazer valer os princípios de liberdade econômica e a proteção da produção brasileira.

“Nós fomos surpreendidos pela atitude do Carrefour e outras empresas que, de uma hora para outra, procuraram mostrar uma imagem de que a carne que estamos colocando na Europa não é uma carne de qualidade, não atende os padrões europeus. Isso não é verdade porque o Brasil se tornou o maior exportador do mundo, não só atendemos Estados Unidos, Europa, Oriente Médio como também China e países asiáticos”, explicou João Martins, presidente da CNA, em publicação feita no site oficial da entidade.

Em 20 de novembro Alexandre Bompard, CEO do Carrefour na França, anunciou que a rede não iria mais comercializar carnes da América Latina, argumentando que os produtos não atendem ao padrão de qualidade e normas francesas. O Ministério da Agricultura e Pecuária respondeu as alegações do CEO do Carrefour sobre o Brasil não cumprir com exigências e normas sanitárias, classificando como “mentirosas”.

“Diante dessa acusação, nos vimos obrigados a buscar nosso escritório em Bruxelas e nosso escritório de advocacia que nos atende em Bruxelas para entrar com as ações devidas para buscar esclarecimento da verdade”, completou Martins.

Na última 3ª feira (26.nov) a rede de supermercados publicou uma carta de retratação, porém sem reconsiderar a decisão de deixar de comprar carnes do Mercosul. “Sabemos que a agricultura brasileira fornece carne de alta qualidade, respeito às normas e sabor. Se a comunicação do Carrefour França gerou confusão e pode ter sido interpretada como questionamento de nossa parceria com a agricultura brasileira e como uma crítica a ela, pedimos desculpa”, diz o documento.





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