Outro dia um jornalista da Folha me perguntou na Redação, tarde da noite, quase no fim do expediente: “Quanto o Neymar ganhou pelo tempo que jogou pelo Al Hilal?”.
A questão surgiu de uma conversa que apareceu depois da mais recente lesão do craque brasileiro, no dia 4 deste mês, em músculo da coxa direita, que o afastaria das partidas por cerca de quatro a seis semanas.
A contusão ocorreu no segundo jogo em que ele atuava depois de um ano e quatro dias de recuperação de uma ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo, quando defendia a seleção brasileira, em outubro de 2023, diante do Uruguai.
Eu não soube responder de imediato ao colega de profissão.
Sabia que Neymar, 32, que está no futebol da Arábia Saudita desde agosto do ano passado, quando foi vendido pelo Paris Saint-Germain por 90 milhões de euros, tem um salário exorbitante, mas não me lembrava de quanto.
Verifiquei. Diversos sites esportivos reportam que o camisa 10 ganha, em valor arredondado, 100 milhões de euros por ano, o que dá aproximadamente, por mês, 8,34 milhões de euros (R$ 50,8 milhões pelo câmbio atual).
Prosseguindo na matemática: Neymar completa nesta semana 15 meses e meio de Al Hilal, o que significa que terá recebido de salário um total de 129,3 milhões de euros (R$ 787,5 milhões).
O atacante revelado pelo Santos conseguiu atuar apenas sete jogos (três no “Sauditão”, quatro na Champions League asiática) pelo time da cidade de Riad, por 428 minutos, segundo dados do site Soccerway. Minutagem inferior à de cinco jogos completos.
Isso permite um cálculo que conclui que ele, por minuto em campo, faturou 302 mil euros (R$ 1,4 milhão). Eis a resposta à pergunta do começo deste texto.
Com o ganho a cada 60 segundos jogados, Neymar poderia adquirir um BMW M4 CS, carro esportivo que vai de 0 a 100 km/h em 3,4 segundos. Ou um apartamento de 141 m² com três dormitórios, quatro banheiros e vaga na garagem nos Jardins, bairro nobre de São Paulo.
Por fim, vale o registro: o único gol dele pela equipe, marcado no dia 3 de outubro do ano passado, na vitória por 3 a 0 sobre o Nassaji Mazandaran, do Irã, custou ao Al Hilal quase R$ 790 milhões. Apenas no valor do salário.
Muito longe do previsto e, apesar dos recentes rumores de que Neymar estaria acertando uma volta ao Brasil (justamente para o Santos), o pai do jogador (também Neymar) assegura que ele ficará no Oriente Médio pelo menos até a metade de 2025, quando seu contrato expira.
A razão: jogar o primeiro novo Mundial de Clubes da Fifa –chamado popularmente de Supermundial–, que terá 32 participantes, sendo o Al Hilal um deles.
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