Defesa Civil de Pernambuco dá início à Operação Inverno no Sertão do estado


A Defesa Civil de Pernambuco informou que iniciou a Operação Inverno no Sertão do estado, com o objetivo de preparar a região para o período chuvoso, previsto para os meses entre janeiro e abril de 2025.

A ideia da iniciativa é coordenar e fortalecer as ações de proteção e resposta a emergências nos municípios sertanejos, que historicamente enfrentam desafios durante a quadra chuvosa. O anúncio foi feito nesta terça-feira (26).

Segundo o major BM Luís Otávio, coordenador de Articulação e Gestão de Riscos da Defesa Civil, a operação vai trabalhar a integração dos órgãos envolvidos, elaborar planejamentos estratégicos e disciplinar as ações administrativas e operacionais.

Nosso objetivo é padronizar as ações gerenciais na resposta a emergências. Dessa forma, caso seja necessário estabelecer um gabinete de gerenciamento de crises, estaremos preparados para uma atuação coordenada em qualquer local do território estadual

BM Luís Otávio

Em nota, a Defesa Civil de Pernambuco informou que a ação vai permanecer em vigor até 30 de abril de 2025, com atenção especial aos meses de maior concentração de chuvas: janeiro, fevereiro, março e abril. Como parte da operação, equipes da Defesa Civil já realizaram visitas técnicas em cidades como Verdejante, Serrita, Carnaubeira da Penha e Mirandiba, no Sertão, avaliando a infraestrutura e identificando possíveis riscos.

Chuvas no Sertão de Pernambucano

A região Nordeste do Brasil, que ocupa cerca de 18% do território nacional, apresenta uma grande variabilidade nas chuvas. Segundo a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em Pernambuco, Morgana Almeida, no estado, são quatro áreas prioritárias definidas com base nos períodos de precipitação: o litoral norte, o litoral leste, a região central, que abrange grande parte do semiárido, e a região oeste, que faz fronteira com o Maranhão e a região do Matopiba.

Segundo a especialista, no Sertão pernambucano, o período chuvoso começa a partir de outubro, quando ocorre a transição entre o final da estação seca e o início da chuva. As chuvas nesse período são esparsas, com média climatológica ainda baixa. Em novembro, essa média aumenta, e o quadrimestre de maior precipitação ocorre entre dezembro e março, com os maiores volumes de chuva.

“No sertão pernambucano, mais especificamente no sertão do São Francisco, a condição mais chuvosa, o fator primordial para o estabelecimento da estação chuvosa, são as áreas de instabilidade provenientes, muitas vezes, de resquícios de sistemas frontais, ou seja, de frentes frias, que conseguem chegar ao sul baiano e instabilizar a região. Além disso, quando esses sistemas conseguem ficar parados por mais de dois dias, podemos ter estabelecido a zona de convergência do Atlântico Sul, que é uma banda de nebulosidade que se estende desde o sul da região amazônica”, explica a meteorologista.

Em regiões mais ao norte do Nordeste, o fenômeno responsável pela maior precipitação é a Zona de Convergência Intertropical, que começa a atuar em fevereiro, resultando em chuvas intensas no período.

Já o litoral nordestino possui um período chuvoso que vai do final do outono ao inverno, com chuvas causadas pelos distúrbios ondulatórios de leste, que se formam na costa da África e atravessam o Atlântico. Esses distúrbios provocam precipitações significativas ao alcançar a costa nordestina.



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