O Ministro da Defesa da China, Dong Jun, foi colocado sob investigação como parte de um amplo inquérito anticorrupção que abalou os altos escalões do Exército de Libertação Popular, informou o Financial Times nesta quarta-feira (27).
Dong é o terceiro ministro da defesa chinês em exercício ou ex-ministro consecutivo a ser investigado por suposta corrupção, informou o FT.
Os ministérios das Relações Exteriores e da Defesa da China não responderam imediatamente aos pedidos de comentários da Reuters.
As forças armadas da China passaram por um amplo expurgo anticorrupção desde o ano passado, com pelo menos nove generais das Forças Armadas e um punhado de executivos da indústria de defesa removidos do órgão legislativo nacional até o momento.
Dong, um ex-chefe da Marinha, foi nomeado ministro da Defesa em dezembro de 2023. Seu antecessor, Li Shangfu, foi removido após sete meses no cargo.
Dong recusou-se a se encontrar com o Secretário de Defesa dos EUA Lloyd Austin na semana passada durante uma reunião de ministros da defesa no Laos, citando ações dos EUA sobre Taiwan, uma atitude que o chefe do Pentágono disse nesta quarta-feira ser lamentável.
Os dois antecessores imediatos de Dong, Li e Wei Fenghe, foram expulsos do Partido Comunista em junho por “graves violações de disciplina”, um eufemismo para corrupção.
Uma declaração do Partido Comunista na época disse que a dupla “traiu a confiança do partido e da Comissão Militar Central, poluiu seriamente o ambiente político dos militares e causou grandes danos à… imagem de seus líderes seniores”.
A dupla também foi descoberta por ter recebido grandes somas de dinheiro em subornos e “buscado benefícios pessoais” para outros, disse a declaração.
A Reuters relatou exclusivamente no ano passado que Li estava sob investigação por suspeita de corrupção em compras militares.
Wei havia desaparecido da vista do público depois que foi substituído em março de 2023 durante uma remodelação planejada do gabinete. Wei foi chefe da Força de Foguetes Estratégicos do Exército de Libertação Popular (ELP) de 2015 a 2017.