O plano para fundamentar teses de fraudes nas eleições de 2022 envolvia a apreensão de urnas para perícia forense, de acordo com diálogos extraídos do relatório final da Polícia Federal da investigação sobre tentativa de golpe de Estado no país.
O relatório traz uma troca de mensagens ocorrida em 19 de dezembro de 2022 entre Carlos Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, e Eder Balbino, dono de uma empresa de tecnologia sediada em Uberlândia —e que não foi indiciado pela PF.
Na mensagem, Rocha escreve a Balbino: “Há um plano para apreensão de urnas para perícia forense.”
Ele disponibiliza uma planilha ao interlocutor, chamado de “gênio de Uberlândia” pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto. “Vamos montar uma lista com até 100 urnas”, escreve Rocha.
No dia seguinte, o presidente do IVL pede informações da base de dados e enfatiza que é “prioridade, para finalizar a lista”.
A PF afirma que conteúdo nos dispositivos apreendidos com Balbino comprova a “atuação dolosa” de Valdemar, Rocha e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na representação eleitoral contra as urnas.
Isso evidenciaria “que os investigados tinham plena ciência de que os ‘argumentos técnicos’, que serviram de fundamento para a ação, eram falsos, não provando qualquer fraude ou irregularidade no sistema das urnas eletrônicas, que desacreditasse o pleito realizado em outubro de 2022.”
O relatório diz ainda que as hipóteses de Rocha eram “teses de indícios de fraudes que circulavam pelas redes sociais, sem qualquer método científico.” “E que a dinâmica da análise se constituía em tentar validar aquela tese, a partir da análise dos dados nas ferramentas disponibilizadas por Eder Balbino.”
A investigação indica ainda que foram encontradas evidências de que Rocha divulgou informações diametralmente opostas ao entendimento de Balbino do que seria a verdade factual.
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