Às vésperas do anúncio do pacote de corte de gastos, presidente defende investimentos em habitação e diz que não faltará crédito para o setor
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 3ª feira (26.nov.2024) que pediu ao ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, que elabore um programa para a construção de banheiros para acabar com a falta do cômodo em casas mais humildes no Brasil. Enquanto o governo discute há semanas onde deverá cortar gastos, o petista disse que a medida não pode ser vista como um dispêndio, mas, sim, um investimento.
“Eu fico perplexo, porque quando eu penso que estou resolvendo os problemas… vou dizer duas coisas para você, eu vi na televisão um dia desses que 4 milhões de famílias nesse país não tem banheiro. Eu não quis acreditar […] Falei para o Jader preparar um programa porque nós vamos fazer os banheiros que as pessoas precisam porque se o governo não tem condição de fazer banheiros, não tem condição de nada”, disse.
O presidente participou da abertura do 99° Encontro Nacional da Indústria de Construção, evento organizado pela Cbic (Câmara Brasileira da Indústria de Construção).
Diante do diretor de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, Lula disse que a medida é necessária para dar decência para a população. “E não venha a Fazenda depois dizer que é gasto, não é. É decência, é necessidade, é respeito”, disse.
Lula prometeu ainda manter o crédito para o setor da construção no país e defendeu a ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida para atender a setores da classe média que recebem salários mais altos.
“Queremos fazer para o setor médio da sociedade, que ganha R$ 6.000, R$ 7.000, R$ 10.000. É justo que a pessoa que ganha seja atendida pelo governo, são pessoas que trabalham. Temos que criar condições para que essas pessoas não sejam marginalizadas porque aí vão dizer: ‘Ah, o Lula só pensa no pobre. Tem que ser muito pobre para o Lula cuidar’. Não, queremos cuidar do povo brasileiro”, disse.
O presidente, que costuma criticar o setor empresarial, afirmou ainda que o governo precisa facilitar a vida do empresário.