Mudança busca a realização de uma avaliação mais individualizada de pesquisas baseada em 3 componentes
A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior) anunciou que fará uma mudança na avaliação de artigos científicos nacionais. A partir do próximo ciclo quadrienal, que compreende os anos de 2025 a 2028, os textos passarão a ser avaliados conforme a sua relevância e não pelo impacto dos periódicos em que foram publicados.
Anteriormente, artigos publicados eram avaliados segundo o Qualis Periódicos, uma lista que dividia títulos em classificações de A1 até B4. No entanto, a avaliação era feita apenas com base no impacto internacional das revistas publicadas, e não dos artigos em si.
Para o próximo ciclo, a Capes prevê uma avaliação baseada em 3 componentes:
- indicadores bibliométricos dos veículos de publicação, baseada no desempenho da revista, como é feito atualmente, porém recaindo sob os artigos;
- indicadores extraídos diretamente do artigo, através, por exemplo, do índice de citações alcançadas para a análise quantitativa e dos critérios de indexação e acesso aberto;
- fatores e metodologias definidos pela área de avaliação que podem abarcar, por exemplo, uma análise de pertinência do tema abordado, avanço conceitual proveniente do trabalho e a contribuição científica do estudo.
Cada uma das 50 áreas temáticas da Capes poderá escolher entre adotar um dos procedimentos ou por uma combinação entre eles. A mudança foi aprovada na reunião do CTC-ES de setembro e os documentos das novas regras serão publicados de forma detalhada em março de 2025.
Para o o diretor de Avaliação da Capes, Antonio Gomes de Souza Filho, o novo sistema de avaliação permite olhar para os artigos de uma forma mais individualizada e completa. “A mudança redireciona o olhar e a classificação para o artigo, que passa a ser o elemento central. Ao avaliar o artigo é possível ter uma melhor dimensão do conteúdo produzido, da repercussão do mesmo, o que é mais difícil ao se observar apenas o periódico”, afirmou.
Segundo Antonio Gomes, a mudança é um progresso no sistema de avaliação da pós-graduação no país. “Aproveitamos o que tem sido bom nessa metodologia do Qualis e, ao mesmo tempo, abrimos espaço para acolher outras informações, métricas e metodologias que a avaliação contemporânea da produção científica demanda”, disse.