Ex-ministro da Defesa também criticou “tese da imprensa” sobre “golpe dentro do golpe” para desbancar Bolsonaro caso plano fosse bem-sucedido
O ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro, general Braga Netto, negou que houve uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.
Em nota publicada por sua defesa neste sábado (23.nov.2024), o ex-ministro afirmou que “nunca se tratou de golpe, e muito menos de plano de assassinar alguém”. Eis a íntegra da nota (PDF – 73 kB).
Além da tentativa de golpe, o ex-ministro e outras 36 pessoas, dentre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foram indiciadas pela PF (Polícia Federal) por suspeita de participarem de um plano para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Na nota, Braga Netto também criticou o que chamou de “tese da imprensa” sobre um suposto “golpe dentro do golpe”. Afirmou que a ideia é “absurda e fantasiosa” e reforçou sua lealdade a Bolsonaro.
A declaração é uma referência a uma expressão replicada pela por alguns veículos de mídia sobre um suposto plano pós-golpe o qual a PF investiga. Há uma suspeita por parte da corporação de que os militares consideravam tirar Bolsonaro do poder caso o plano para matar o governo eleito fosse bem-sucedido.
“Durante o governo passado foi um dos poucos, entre civis e militares, ao presidente Bolsonaro até o fim do governo, em dezembro de 2022 e a mantém nos dias atuais, por crenças nos mesmos valores e princípios inegociáveis”, diz um trecho do comunicado.
PLANO DE GOLPE
A PF (Polícia Federal) indiciou na 5ª feira (21.nov.2024) o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa general Braga Netto, o ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid e outras 34 pessoas por envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.
Segundo a corporação, o indiciamento reflete a existência de elementos suficientes para indicar a participação de Bolsonaro, Braga Netto e Cid em uma trama para impedir a posse de Lula naquele ano.
Eis abaixo os crimes pelos quais foram indiciados e a pena prevista:
- golpe de Estado: 4 a 12 anos de prisão;
- abolição violenta do Estado democrático de Direito: 4 a 8 anos de prisão;
- integrar organização criminosa: 3 a 8 anos de prisão.