Ex-interventor no Distrito Federal após os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, Ricardo Cappelli defende julgamento rígido e condenações exemplares aos indiciados pela Polícia Federal por participação em uma trama para impedir a posse de Lula (PT).
Cappelli atualmente preside a ABDI (Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial). Antes, foi interventor federal na área de segurança do Distrito Federal após os ataques de 8 de janeiro e atuou como secretário-executivo do Ministério da Justiça antes de Flávio Dino ir para o STF (Supremo Tribunal Federal).
Na avaliação de Cappelli, a Polícia Federal foi muito cuidadosa antes de indiciar 37 pessoas, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro, por participação em trama golpista.
Além dele, também integram a relação o ex-ministro da Defesa Braga Netto, vice em 2022 na chapa derrotada, o ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem, hoje deputado federal, e o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Augusto Heleno.
“Muitos dos indiciados que aparecem, como o Braga Netto, o próprio Heleno e Bolsonaro ainda não tinham sido alvo de operações mais ostensivas da PF, o que indica que a PF tomou todo o cuidado técnico, processual, em buscar conexões, materialidade e não fazer indiciamento de qualquer jeito.”
Por causa de todo esse trabalho, o ex-interventor no DF diz ser “muito difícil” que os indiciados escapem da condenação.
“Têm que ser em condenações exemplares. Porque esse é um julgamento que vai estabelecer um corte na história do Brasil. Nunca no Brasil uma conspiração golpista foi a julgamento”, argumenta. “É a primeira vez na história que nós teremos no banco dos réus pessoas que conspiraram contra a democracia. Então isso é um julgamento histórico, inédito e precisa ser exemplar.”
Cappelli também diz que o 8 de janeiro e o plano para matar Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF, estão interligados. “A trama golpista começa no dia seguinte das eleições, porque eles ainda achavam que iam ganhar. Quando perdem, no dia seguinte, começam os acampamentos em frente aos quartéis.”
“Não há precedente de acampamento na frente de quartel na história do Brasil. Então é claro que aquilo aconteceu com autorização do comandante em chefe das Forças Armadas de então, Jair Bolsonaro.”
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.