O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 36 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal nesta quinta-feira (21), no inquérito da tentativa de golpe de Estado em 2022. A PF encerrou as apurações e concluiu que o ex-presidente participou da trama para impedir a posse de Lula.
O indiciamento inclui os generais da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice em 2022 na chapa do PL, e Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, também está entre na lista.
Segundo a PF, 37 pessoas são suspeitas dos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, a soma das penas varia de 12 a 28 anos de prisão. Os detalhes do relatório não são conhecidos. Ainda não se sabe, por exemplo, se os ataques de 8 de janeiro de 2023 são considerados parte do plano.
Nas redes sociais, Bolsonaro criticou a condução do inquérito por Alexandre de Moraes e disse que o ministro do STF, “tem uma assessoria bastante criativa fazendo tudo o que não diz a lei”. A Procuradoria-Geral da República vai avaliar os indícios para decidir se denuncia ou não o ex-presidente.
O Café da Manhã desta sexta-feira (22) discute o que significa o indiciamento de Bolsonaro e mais 36 pessoas na investigação do golpismo no Brasil. O advogado criminalista Pierpaolo Bottini, professor de direito penal da USP, analisa o que embasou o inquérito da PF e o que deve vir agora.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Laura Lewer e Paola Ferreira Rosa. A edição de som é de Thomé Granemann.