Ex-ministro do governo Bolsonaro seria ainda o coordenador de gabinete para restabelecer a ordem; Heleno seria chefe e Filipe Martins, assessor
Os militares presos em operação nesta 3ª feira (19.nov.2024) teriam discutido o plano para assassinar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice, Geraldo Alckmin (PSB), na residência do general Braga Netto, em 12 de novembro de 2022, segundo a PF (Polícia Federal).
Na ocasião, o planejamento operacional para a atuação dos “kids pretos“, grupo de operações especiais do Exército brasileiro, foi apresentado e aprovado, de acordo com as investigações.
Estariam na casa do ex-ministro da Defesa e da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro (PL) o ex-ajudante de ordens do ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cid, e os 2 militares presos na ação autorizada pelo STF (leia a íntegra), o major Rafael de Oliveira e tenente-coronel Helio Ferreira Lima.
MODUS OPERANDI
Desde novembro de 2022, a suposta organização criminosa monitorava Alexandre de Moraes para assassiná-lo em 15 de dezembro de 2022. Segundo as investigações, o monitoramento teve início, “temporalmente”, logo depois da reunião na casa de Braga Netto.
O general da reserva Mário Fernandes elaborou um documento que detalhava a ação do grupo. Nele, citou a necessidade de constituir um “gabinete de crise” para restabelecer a “legalidade e estabilidade institucional”.
Fernandes faria parte da assessoria estratégica do gabinete, junto ao coronel Élcio. O general Heleno, ex-vice-presidente no governo Bolsonaro, seria o chefe de gabinete. O coordenador geral seria o general Braga Netto.
Alguns nomes de menor relevância, próximos a Fernandes, comporiam a assessoria de inteligência: coronel Azevedo, coronel Vieira de Abreu (conhecido como “Velame”) —então chefe de gabinete de Mário—, e o coronel Kormann. A assessoria de relações institucionais seria ocupada por Filipe Martins, ex assessor de Bolsonaro.
“A Polícia Federal logrou êxito em identificar uma minuta de instituição de um Gabinete de Crise, que seria criado no dia 16/12/2022, após o golpe de Estado, composto em sua maioria por militares, sob o comando dos generais Augusto Heleno e Braga Netto, contando ainda com a participação do general Mário Fernandes e de Filipe Martins”, diz a PF.