Lula lançou iniciativa oficialmente nesta 2ª feira (18.nov.2024) durante a abertura da Cúpula de Líderes do G20 no Rio
A Aliança Global Contra a Fome a Pobreza teve a adesão formal de 81 países, 26 organizações internacionais, 9 instituições financeiras e 31 instituições filantrópicas e não governamentais. Todos os países que integram o G20 aderiram à iniciativa, exceto a Argentina.
A aliança foi lançada oficialmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta 2ª feira (18.nov.2024) durante a abertura da Cúpula de Líderes do G20, que é realizada no Rio até 3ª feira (19.nov.2024). O bloco é formado pelas 19 maiores economias do mundo e União Europeia e União Africana.
O presidente argentino, Javier Milei (La Libertad Avanza, direita), tem dificultado negociações em torno de temas centrais discutidos pelo bloco, como a taxação de grandes fortunas, questões de gênero e financiamento climático. Lula e Milei se cumprimentaram oficialmente pela 1ª vez nesta 2ª feira, quando o petista recepcionou o líder argentino na chegada para a reunião. A interação foi protocolar e rápida.
O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), presidido pelo brasileiro Ilan Goldfajn, se comprometeu a destinar até US$ 25 bilhões (R$ 145 bilhões) para financiar ações da Aliança. São linhas que o banco já tem e poderão ser usadas também com essa função. O Banco Mundial também deverá financiar os países que apoiarem a Aliança.
Eis as metas da Aliança contra a fome:
- expandir as merendas escolares de alta qualidade para mais 150 milhões de crianças em países com fome e pobreza infantil endêmica;
- iniciativas em saúde materna e primeira infância terão como objetivo alcançar outras 200 milhões de mulheres e crianças de 0 a 6 anos;
- programas de inclusão socioeconômica, que buscam atingir 100 milhões de pessoas adicionais, com foco nas mulheres.
Em seu discurso, durante o lançamento da iniciativa, Lula disse que a proposta será seu maior legado e que o projeto nasce na reunião de cúpula dos líderes do bloco, mas seu destino “é global”.
“A fome e a pobreza não são resultado da escassez ou de fenômenos naturais. […] É produto de decisões políticas, que perpetuam a exclusão de grande parte da humanidade. Compete aos que estão aqui em volta desta mesa a inadiável tarefa de acabar com essa chaga que envergonha a humanidade. […] Este será o nosso maior legado. Não se trata apenas de fazer justiça. Essa é uma condição imprescindível para construir sociedades mais prósperas e um mundo de paz”, disse em seu discurso na abertura da sessão em que lançou a aliança.