Presidente norte-americano visitou Manaus; prometeu US$ 50 milhões para o Fundo Amazônia e deixa recado a Trump
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (democrata), disse neste domingo (17.nov.2024) que “ninguém” pode reverter a “revolução pela energia limpa” do país, em recado oblíquo ao presidente eleito Donald Trump (republicano). O anúncio foi feito durante a agenda do democrata no Museu da Amazônia, onde ele se reuniu com lideranças indígenas da Amazônia brasileira e cientistas.
A visita de Biden ao Brasil, incluindo uma passagem pela Amazônia, é a 1ª de um presidente dos EUA na região. Isso simboliza um esforço diplomático e ambiental significativo, especialmente no contexto de sua participação no G20 no Rio.
Em fala a jornalistas, Biden disse ser verdade que “alguns podem tentar negar ou atrasar” o desenvolvimento de energia sustentável no país. Trump, que venceu a atual vice-presidente Kamala Harris (democrata), diz que revogará o investimento em energia limpa e o combate às mudanças climáticas instituídas pelo presidente Biden.
O empresário, que retorna à Casa Branca em janeiro de 2025, é contrário a políticas de proteção ambiental e defende a produção ilimitada de combustíveis fósseis. Durante o seu 1º mandato (2016-2020), Trump tirou o país do Acordo de Paris, e prometeu durante a campanha repetir a medida.
“É verdade, alguns podem tentar negar ou atrasar a revolução da energia limpa que está acontecendo nos EUA, mas ninguém poderá revertê-la. Ninguém. Não quando há tantas pessoas, independentemente de partidos ou política, se beneficiando mutuamente. Não quando países ao redor do mundo estão sendo alavancados pela revolução de energia. A pergunta é: qual governo irá interferir e qual aproveitará a essa enorme oportunidade econômica”, declarou Biden.
Trump indicou Lee Zeldin para comandar a Agência de Proteção Ambiental do país –o equivalente ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) no Brasil. Segundo Trump, à frente do órgão, o ex-congressista desregulamentará o setor e manterá “altos” padrões ambientais.
Em seu perfil no Instagram, Biden publicou uma foto com pessoas que atuam no Museu da Amazônia e disse que “a luta para proteger o nosso planeta é uma luta pela humanidade”.
MEIO AMBIENTE E ECONOMIA
Biden também disse que os Estados Unidos provaram que não é preciso “escolher entre o meio ambiente a economia”. Afirmou que o combate às mudanças climáticas foram “a causa da minha presidência”.
“A luta contra a mudança climática vem sendo a causa da minha presidência. Não é preciso escolher entre economia e meio ambiente. Nós podemos fazer as duas coisas. Nós provamos isso nos EUA. Não é segredo para ninguém, quando eu deixar a Presidência em janeiro, deixarei ao meu sucessor e ao meu país uma base sólida para seguir nesse caminho se assim o escolher”.
Durante a sua passagem pela Amazônia brasileira, Joe Biden também anunciou a contribuição de US$ 50 milhões ao Fundo Amazônia.
Durante sua visita, Biden assinará uma proclamação que designa 17 de novembro como o Dia Internacional da Conservação. Isso evidencia o compromisso dos EUA com o financiamento climático internacional, que deve atingir US$ 11 bilhões em 2024.