As 23 hospedagens em que ficarão os líderes mundiais no Rio de Janeiro durante a Cúpula do G20 estão sendo minuciosamente vistoriadas, segundo explicou em entrevista à CNN neste sábado (16) o general Kleber Nunes de Vasconcellos, comandante militar do Leste e chefe do Comando Operacional Conjunto Corcovado, ativado por meio do decreto de Garantia da Lei e da Ordem para a segurança do fórum.
“[Os locais de hospedagem] passaram por um trabalho de vasculhamento feito pelo esquadrão antibomba da Polícia Federal e, logo após, um trabalho de vasculhamento de defesa química, biológica, radiológica e nuclear, para garantir que os locais estão em segurança”, explicou.
De acordo com o comandante, também houve um “trabalho de vasculhamento feito pelo esquadrão antibomba da Polícia Federal”.
A Cúpula de Líderes do G20 acontece na próxima segunda (18) e terça-feira (19). Antes disso, porém, outros eventos já mobilizam diversas autoridades na capital fluminense, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Desde quinta-feira (14) até este sábado acontece o G20 Social. No domingo (17), está prevista a plenária dos prefeitos do Urban 20 (U20).
Garantia da Lei e da Ordem
A atuação das Força Armadas com poder de polícia durante o fórum internacional foi autorizada em decreto do presidente Lula para emprego de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) entre os dias 14 e 21 de novembro.
A medida visa substituir policiais e outros agentes de segurança em situações de grave “perturbação da ordem”. O objetivo é proteger a população e garantir o funcionamento adequado das instituições.
Durante a GLO, estão atuando 11.044 militares, dos quais 9.549 do Exército, 1.013 da Marinha e 482 da Força Área Brasileira.
As ações das Forças Armadas ficaram delimitadas nas áreas do Museu de Arte Moderna do Rio (MAM), Marina da Glória e Monumento a Estácio de Sá. Além disso, atuam na chegada e saída entre o Aeroporto Internacional Tom Jobim e os locais de hospedagem, compreendidas a extensão da Rodovia Governador Carlos Lacerda (Linha Amarela), da Via Expressa Presidente João Goulart (Linha Vermelha) e das demais vias da zona sul e da zona oeste utilizadas no percurso.
“Nós fazemos a proteção das principais vias de circulação que ligam os aeroportos aos locais de hospedagem e aos locais de evento. Então essas vias estão guarnecidas e patrulhadas. Esse patrulhamento é feito de maneira dinâmica e também por meio da ocupação de pontos fortes nos locais de maior sensibilidade”, disse.
Desde a quinta-feira (14), nessas áreas delimitadas já é possível ver militares e tanques do Exército atuando. O trabalho da Forças, porém, incluem também defesa antiárea e cibernética.
“Além disso, fazemos também a defesa antiaérea de toda a área, fazemos também a defesa cibernética e utilizamos meios de guerra eletrônica também. Além de empregar meios antidrone para proteção também das vias, dos comboios e dos locais de evento e de hospedagem.”
Proteção do espaço aéreo
As medidas de segurança para o evento também incluem a proteção do espaço aéreo brasileiro.
Segundo o general, uma das providências foi definir zonas em que voos ficarão restritos a episódios de salvamento ou proteção da vida.
“Foram estabelecidas zonas ou áreas onde o voo é permitido mediante coordenação e tem áreas de supressão, onde o voo é proibido em qualquer situação, a não ser no caso de salvamento ou de preservação da vida”, explicou.
Essas áreas de supressão incluem a região do Museu de Arte Moderna, da orla de Copacabana e também se estendendo até São Conrado.
Além disso, o “aeroporto Santos Dumont estará interditado para voos comerciais, particularmente nos dias 18 e 19”, acrescentou o militar.
Meios empregados
Além do efetivo militar, a operação também envolve uma centena de equipamentos de segurança. São eles:
- 585 tanques Vtr SR
- 20 tanques Vtr Bld
- 199 motos
- 17 embarcações
- 9 aviões
- 7 helicópteros
- 4 navios
- 4 motos aquáticas
- 26 mísseis
- 8 postos de tiro RBS 70
- 4 antidrones
- 3 radares
Explosões em Brasília
Em relação ao episódio das explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília, o general Vasconcellos afirmou que “aumentou um pouco nosso estado de alerta, mas não impactou no planejamento original que tínhamos feito”.
Na última quarta-feira (13), um homem, posteriormente identificado como Francisco Wanderley Luiz, morreu após disparar artefatos explosivos contra o edifício do Supremo Tribunal Federal (STF).
Também foi registrada a explosão de um carro, que pertencia a Francisco, no anexo 4 da Câmara dos Deputados.