Governadores de oposição ao presidente Lula (PT), que são cotados como possíveis candidatos ao Palácio do Planalto em 2026, variaram na reação ao ataque a bombas na praça dos Três Poderes, na noite de quarta-feira (13).
Até a noite desta quinta-feira (14), os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Jr (PSD-PR) não haviam comentado sobre o atentado.
Já o governador Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) culpou o governo Lula, enquanto Romeu Zema (Novo-MG) disse que foi um ato isolado, mesma opinião do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O autor do atentado, que se explodiu com uma das bombas, era Francisco Wanderley Luiz, 59, um chaveiro que foi candidato a vereador pelo PL em 2020 com o nome de urna Tiü França, em Rio do Sul (SC), mas não foi eleito. Antes de morrer, publicou uma série de mensagens sobre o ataque, misturando declarações de cunho político e religioso.
Segundo Caiado, as explosões, que ele classificou como atos terroristas e atentados contra a vida e a ordem, “constituem o retrato de um país que está à deriva”. “Com a falta de comando no país, na ausência de um líder forte, o extremismo e o crime organizado avançam”, escreveu no X.
“A verdade é que temos um governo federal fraco e apático, que se omite diante dos problemas mais graves que afligem o povo brasileiro e se ajoelha diante do avanço do crime organizado e do extremismo. É preciso agir de forma dura e enérgica, sob pena de nos transformarmos num país comandado pelo crime organizado e pela desordem”, completou o governador, mencionando também o assassinato de um delator do PCC à luz do dia no Aeroporto de Guarulhos.
Em entrevista ao jornal português Público, Zema disse que o episódio é lamentável, mas trata-se de um “ato isolado de alguém em profundo desequilíbrio emocional”, que ele comparou com “loucos que disparam armas em escolas e em locais públicos”.
“Não se trata, pelo menos pelo que vi até ao momento, de nenhum movimento, de nenhum grupo, e sim de uma pessoa em total desequilíbrio que provocou essa tragédia”, completou.
O governador mineiro ainda isentou o PL, partido pelo qual Tiü França concorreu. “Nenhum partido está isento de ter um louco nos seus possíveis candidatos. Não existe um exame de sanidade mental para se poder candidatar”, disse.