Pesquisa identificou três comportamentos principais que contribuem para essa situação: comparações sociais negativas, preferência por mensagens de texto e o vício em streaming
Durante o verão no hemisfério Norte, a pesquisadora Laura Marciano, da Universidade de Harvard, conduziu uma pesquisa com 500 adolescentes para investigar a conexão entre tecnologia e solidão. Os dados obtidos revelaram que mais de 50% dos jovens não haviam se comunicado com ninguém na última hora, mesmo com o uso intenso de redes sociais. Essa geração se sente mais isolada socialmente em comparação com há duas décadas, e metade dos adultos também relata experiências de solidão. O cirurgião-geral dos EUA, Vivek Murthy, classificou a solidão como uma epidemia. Embora a tecnologia não seja a causa direta da solidão, estudos apontam uma forte relação entre o uso inadequado de dispositivos e o aumento dos sentimentos de isolamento.
A pesquisa identificou três comportamentos principais que contribuem para essa situação: comparações sociais negativas nas redes sociais, a preferência por mensagens de texto que dificultam conexões genuínas e o vício em streaming, que promove o isolamento. Os resultados do estudo de Laura indicam que muitos adolescentes optam por se comunicar via mensagens de texto, o que pode intensificar a ansiedade e a solidão. A falta de uso de chamadas de vídeo entre os jovens dificulta a percepção de autenticidade nas interações, algo que Murthy considera essencial. Ele destaca a importância de ouvir a voz de outra pessoa para criar laços mais significativos.
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Além disso, o hábito de maratonar séries está associado a sentimentos de depressão e solidão, uma vez que esse comportamento pode levar ao sedentarismo e à procrastinação. Especialistas sugerem que os jovens desativem recursos que incentivam o consumo excessivo de conteúdo e façam pausas nas redes sociais para melhorar seu bem-estar. A dinâmica entre tecnologia e solidão continua a se transformar, com novas preocupações emergindo, como o uso de chatbots de inteligência artificial. Murthy observa que a forma como os jovens interagem está mudando, e muitos se sentem desconfortáveis ao iniciar conversas cara a cara, o que pode agravar a sensação de desconexão social.
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Publicado por Luisa dos Santos