O autor do ataque com explosivos ao STF, Francisco Wanderley Luiz, fez uma campanha para vereador em 2020 na cidade de Rio do Sul (SC) baseada em “ódio à esquerda e paixão por Jair Bolsonaro”.
A definição é de Jean de Liz (PDT), que foi candidato a prefeito da coligação de seu partido com o PL, na qual Francisco era um dos postulantes a vereador. Nenhum dos dois foi eleito.
“Ele vinha com um posicionamento ideológico muito radical, não quis me apoiar, apesar de estar na coligação. Não colocava meu nome nos adesivos, não queria nem estar nos mesmos espaços que eu”, diz.
Segundo ele, houve discussões sobre o radicalismo de Francisco em algumas reuniões, mas o então candidato a vereador nunca se mostrou agressivo ou ameaçador.
“Eu dizia a ele que toda a história de ele falar que era contra comunista era uma coisa irracional. Ele dizia que me respeitava, mas que não defendia o que eu defendo”, afirma Liz.
O ex-candidato a prefeito lembra que Francisco era conhecido pelas bandeiras do Brasil que pendurava na frente de sua casa e de seu comércio na cidade, onde trabalhava como chaveiro.
“A paixão pelo bolsonarismo virou uma cegueira. Ele dizia, por exemplo, que as falas do Bolsonaro sobre matar opositores, metralhar esquerdistas, eram brincadeiras e não deveriam ser levadas a sério”.
Após a eleição de 2020, Liz afirma que não teve mais contato com Francisco e diz ter ficado surpreso com o atentado cometido por ele. “Ele tinha um lado empreendedor, nunca transpareceu ser desequilibrado, muito menos violento”, diz.
Liz atualmente é dono de uma empresa de palestras e treinamento em Rio do Sul e não disputou a eleição de 2024. Ele chegou a ser vice-prefeito da cidade pelo PT. Em 2016, foi escolhido um dos Dez Jovens Notáveis do Mundo da entidade JCI, na categoria de assuntos políticos, jurídicos e/ou governamentais.
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