Relatório da Cepal mostra queda para 27,3% em 2023, mas desigualdade de renda ainda desafia o desenvolvimento social
A pobreza na América Latina atingiu o menor nível desde 2014. É o que mostra relatório da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), divulgado na 3ª feira (12.nov.2024). Eis a íntegra do documento (PDF – 8 MB, em espanhol).
O estudo “Panorama Social da América Latina e do Caribe 2024: Desafios da proteção social não contributiva para avançar rumo ao desenvolvimento social inclusivo” mostrou que a população em situação de pobreza caiu para 27,3% em 2023, uma redução de 1,5 ponto percentual em relação a 2022 e de mais de 5 pontos percentuais comparado a 2020, na pandemia da covid-19.
Mesmo com a redução, a desigualdade de renda se mantém elevada, evidenciando desafios contínuos para o desenvolvimento social inclusivo.
De 2022 a 2023, a desigualdade de renda na América Latina teve uma leve diminuição, com o índice de Gini passando de 0,471 para 0,452. (O índice mede a desigualdade em uma escala de crescente de 0 a 1). No entanto, a concentração de riqueza permanece desigual, com os 10% mais ricos detendo 66% da riqueza total e o 1% mais rico, 33%.
Enquanto isso, cerca de 172 milhões de pessoas na região não possuem renda suficiente para suas necessidades básicas. Destes, 66 milhões se enquadram em situação de extrema pobreza.
Ainda segundo o relatório, a pobreza impacta desproporcionalmente mulheres, crianças e adolescentes e é mais prevalente em áreas rurais do que nas urbanas.
Sistemas de proteção social
Durante um webinar realizado na 3ª feira (12.nov) para o lançamento do informe, o secretário-executivo da Cepal, José Manuel Salazar-Xirinachs, reafirmou a necessidade de fortalecer os sistemas de proteção social para enfrentar a crise de desenvolvimento na região, com o objetivo de alcançar sistemas universais, integrais, sustentáveis e resilientes.
Na ocasião, Salazar-Xirinachs também mencionou a 2ª Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social, que será realizada em 2025.